
- Trump ameaça taxar iPhones em 25% se não forem fabricados nos EUA, mirando diretamente a Apple
- Wall Street reage negativamente, Apple cai 3,32% e índices futuros recuam
- Mercado cambial sente o impacto e dólar perde força frente a euro, libra e iene após declarações de Trump
O mercado financeiro global amanheceu em alerta nesta sexta-feira (23) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançar uma ameaça direta à Apple.
Em uma publicação na Truth Social, Trump disse que pretende impor uma tarifa de no mínimo 25% sobre iPhones vendidos no território americano que não forem fabricados dentro dos Estados Unidos.
A declaração teve impacto imediato em Wall Street, com as ações da Apple despencando e os índices futuros das bolsas americanas entrando em queda.
Às 8h29 (horário de Brasília), o mercado futuro já refletia a tensão. O Dow Jones cedia 0,34%, o S&P 500 recuava 0,38% e o Nasdaq caía 0,49%. A Apple, diretamente visada pela ameaça de Trump, registrava queda de 3,32% em suas ações no pré-mercado.
A mensagem de Trump teve forte repercussão entre investidores, que interpretaram o movimento como um sinal de aumento de tensões comerciais. Especialmente, em um momento de fragilidade global e incertezas geopolíticas.
Trump exige “iPhones americanos”
A ameaça de Trump reacendeu debates sobre protecionismo industrial e sua política de “America First”, que dominou sua gestão anterior e pode se intensificar caso ele retorne à presidência. Na publicação, o presidente disse:
“Há muito tempo informei Tim Cook, da Apple, que espero que os iPhones a serem vendidos nos Estados Unidos sejam fabricados e construídos nos Estados Unidos, não na Índia ou em qualquer outro lugar.”
“Se não for esse o caso, a Apple deverá pagar tarifa de pelo menos 25% aos EUA.”
A declaração se opõe diretamente aos planos já públicos da Apple de ampliar a fabricação de iPhones na Índia. A estratégia da empresa visa diversificar sua produção fora da China, reduzir riscos geopolíticos e atender a uma base de consumidores crescente na Ásia. Segundo o Financial Times, a Apple pretende seguir com a expansão na Índia, apesar da pressão de Trump.
Dólar recua e moedas globais sobem
A reação nos mercados cambiais também foi expressiva. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas, caiu 0,67%, aos 99,292 pontos. A moeda americana cedia frente ao iene, sendo negociada a 143,13 ienes. O euro subia a US$ 1,1356, e a libra esterlina avançava para US$ 1,3500.
Analistas destacam que a retórica de Trump adiciona um novo fator de instabilidade para os mercados globais. A possibilidade de tarifas pode afetar as cadeias produtivas da Apple e de outras empresas de tecnologia que mantêm operações fora dos Estados Unidos.
Além disso, reforça o temor de uma nova onda de nacionalismo econômico e guerra comercial, o que agrava a aversão ao risco e pressiona os ativos globais.