
- Apple deve aumentar preços do iPhone no final de 2025, em resposta às tarifas dos EUA sobre importações chinesas
- Produção será transferida gradualmente da China para a Índia, com meta de reduzir riscos logísticos e geopolíticos
- Consumidores sentirão o impacto no bolso, com modelos mais caros e justificativas baseadas em novos recursos
A Apple decidiu aumentar os preços dos novos iPhones que lançará no final de 2025, reagindo diretamente às tarifas que os Estados Unidos impuseram sobre produtos fabricados na China. A informação, publicada pelo Wall Street Journal e confirmada pela Bloomberg News, aponta que a gigante de tecnologia tenta redesenhar sua estratégia global para reduzir os riscos associados à dependência da China.
Fontes familiarizadas com o assunto afirmam que a Apple avalia “camuflar” o reajuste de preços com o lançamento de novas funcionalidades e recursos. Assim, evitando que os consumidores associem o encarecimento aos impostos sobre importação.
Desde o lançamento do iPhone X, em 2017, o preço-base de US$ 999 não sofreu aumento. Mas, diante da nova realidade tarifária, essa estabilidade pode ter chegado ao fim.
Enquanto isso, a Apple acelera sua saída gradual da China como principal base de fabricação. A empresa já iniciou um plano ambicioso para transferir parte significativa da produção de iPhones para a Índia. Segundo a Bloomberg, a meta é importar da Índia a maior parte dos aparelhos vendidos nos Estados Unidos até o fim de 2026. A mudança, portanto, busca minimizar os impactos das tarifas americanas. E, assim, evitar vulnerabilidades causadas pelas tensões geopolíticas entre Washington e Pequim.
China sob pressão: custos aumentam e tarifas voltam
Durante o governo Trump, os EUA impuseram tarifas de até 145% sobre importações chinesas. Após um acordo temporário, essas tarifas caíram para cerca de 30%, mas ainda impõem custos relevantes às empresas com cadeias produtivas na China. A Apple, contudo, foi duramente atingida por essas medidas, já que concentra a maior parte de sua fabricação no país asiático.
Tim Cook, CEO da Apple, chegou a se reunir com o ex-presidente Trump para tentar mitigar os efeitos das tarifas. Ainda assim, a empresa teve de absorver um impacto financeiro expressivo, com aumento nos custos de produção. Agora, diante da possibilidade de novas tensões comerciais, a Apple aposta em um redesenho logístico para se proteger.
Os novos modelos de iPhone, incluindo o Pro e o Pro Max, ainda serão fabricados majoritariamente na China. Mas, a empresa já negocia o aumento da capacidade produtiva em fábricas indianas. Ao mesmo tempo, a Apple avalia centros alternativos no Vietnã e na Indonésia para reduzir a exposição a um único país.
Consumidor pode pagar a conta
Com o aumento dos custos de fabricação e a necessidade de adaptar sua logística global, a Apple se prepara para repassar parte dessas despesas aos consumidores. Analistas apontam que a empresa deve testar os limites do que o público está disposto a pagar por um iPhone.
Ainda segundo a Bloomberg, um estudo interno da Apple mostra que consumidores leais tendem a aceitar preços mais altos desde que o produto ofereça inovações relevantes. Por isso, o próximo lançamento pode trazer recursos mais sofisticados, como melhorias em inteligência artificial. Além de capacidades de processamento gráfico, para justificar a alta de preços.
Apesar dos desafios, a Apple aposta que seu poder de marca e fidelização do consumidor continuarão garantindo vendas robustas. Contudo, mesmo diante de um cenário econômico mais complexo. A empresa também continuará a pressionar por acordos comerciais mais vantajosos entre EUA e parceiros asiáticos.