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Tensão entre EUA e Irã derruba petróleo, mas JPMorgan alerta: commodity pode chegar aos US$ 120

Mercado reage à trégua entre EUA e China, mas risco geopolítico persiste e pode reacender pressão inflacionária global

Free pexels@pixabay oil petroleo
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Os preços do petróleo voltaram a recuar nesta quinta-feira (12) com a trégua entre Estados Unidos e China, mas permanecem sob intensa volatilidade geopolítica. As preocupações se deslocam agora para o Oriente Médio, onde o risco de conflito entre EUA e Irã volta a assombrar os mercados globais.

Por volta das 10:00, o barril do Brent para agosto recuava 1,39%, cotado a US$ 68,80, enquanto o WTI para julho caía 1,50%, a US$ 67,19.

Esse recuo acontece em meio a notícias de que Washington autorizou a saída de civis do Bahrein e do Kuwait, em resposta ao aumento das tensões com Teerã, capital do Irã.

O governo norte-americano avalia medidas militares e alertou sobre possíveis retaliações iranianas, especialmente após a estagnação das negociações por um novo acordo nuclear.

O presidente Donald Trump declarou estar “menos confiante” sobre a possibilidade de um entendimento diplomático com o Irã, aumentando os temores de um confronto direto.

Em reação, o ministro da Defesa iraniano afirmou que atacaria bases militares dos EUA no Oriente Médio em caso de qualquer ofensiva americana.

JPMorgan: petróleo a US$ 120 se houver ataque

Em relatório divulgado nesta quinta-feira (12), o JPMorgan elevou o tom do alerta: segundo o banco, um eventual ataque ao Irã poderia elevar o preço do petróleo para US$ 120 por barril, levando a inflação ao consumidor nos EUA (CPI) a 5%.

Uma escalada no Golfo Pérsico comprometeria severamente a oferta global e reacenderia a inflação, forçando o Fed a reavaliar sua política monetária”, afirma a análise.

Trump, que busca manter os preços de energia sob controle como ferramenta para combater a inflação, poderia ver sua estratégia econômica colocada em xeque diante de um novo choque de preços.

Risco duplo

O cenário descrito pelo JPMorgan amplia a complexidade do momento atual: a recente queda do CPI nos EUA trouxe alívio aos mercados, alimentando expectativas de corte de juros.

No entanto, uma disparada nos preços do petróleo poderia reverter essa expectativa, pressionando o Federal Reserve (Fed) a adotar uma postura mais dura, mesmo diante de sinais de desaceleração.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.