Alckmin 'crava' Lula como candidato em 2026, mas e a vaga de vice?

O cenário para as eleições presidenciais de 2026 já começa a esquentar, e quem botou mais lenha na fogueira foi ninguém menos que o atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Em uma entrevista concedida à rádio Itatiaia nesta quarta-feira (23), Alckmin, que também comanda o estratégico Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), não hesitou em apontar o caminho que considera mais provável para a próxima disputa pelo Palácio do Planalto.

Segundo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o “candidato natural” à Presidência da República em 2026. Para reforçar seu ponto de vista, ele usou uma analogia comum na política: a força da reeleição. “O candidato natural a prefeito na reeleição é o prefeito; a governador, é o governador, quando pode; a presidente, é o presidente”, explicou Alckmin, sugerindo que quem já ocupa o cargo mais alto do Executivo tem uma vantagem inerente e uma propensão a buscar um novo mandato. Além disso, o vice-presidente complementou sua análise citando que Lula já desponta como o favorito para a disputa, indicando que as pesquisas e o cenário atual já colocam o petista em posição de destaque.

No entanto, se a candidatura de Lula parece um caminho óbvio na visão de Alckmin, a repetição da chapa vitoriosa de 2022 ainda é uma incógnita. Quando perguntado diretamente se ele pretende ser novamente o vice na chapa de Lula em 2026, Alckmin adotou um tom cauteloso. “Em relação a chapa [com Lula em 2026], é cedo ainda”, afirmou. Ele preferiu não se comprometer com uma decisão, argumentando que o momento para essa definição ainda não chegou.

Apesar da cautela sobre o futuro eleitoral, Alckmin fez questão de demonstrar contentamento com sua posição atual no governo. “Quero dizer que estou muito feliz fazendo o que estou fazendo”, ressaltou. Ele destacou a confiança depositada por Lula ao lhe entregar, além da vice-presidência, o comando do MDIC. “O presidente, além da vice-presidência, me deu oportunidade do MDIC, gosto de trabalhar e nosso país é fascinante”, completou, sinalizando que está engajado nas suas funções ministeriais e satisfeito com a dinâmica de trabalho no atual governo. Essa declaração pode ser interpretada como um sinal de que, independentemente das articulações para 2026, seu foco no momento está na gestão.

Outro ponto abordado na entrevista foi a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro reverter sua inelegibilidade e voltar à disputa presidencial, Alckmin demonstrou tranquilidade. O vice-presidente disse não ver “preocupação” com esse cenário. Ele argumentou que a força política de Bolsonaro pode ter diminuído desde que deixou o poder. “Ele era o presidente da República, estava no exercício do cargo gastou 3% do PIB para se reeleger e perdeu a eleição, imagina fora do governo”, comentou Alckmin, minimizando o potencial impacto de um eventual retorno de Bolsonaro à elegibilidade e à corrida presidencial, baseando-se no resultado eleitoral de 2022.