A aprovação do presidente da Argentina, Javier Milei, registrou uma recuperação significativa em novembro, com o índice subindo para cerca de 47%, comparado a 43% no mês anterior. A pesquisa foi conduzida pela LatAm Pulse, da AtlasIntel, para a Bloomberg News, e foi divulgada na quarta-feira (4 de dezembro). A pesquisa, que traz boas notícias para Milei no final de seu primeiro ano de mandato, mostra que a maioria dos argentinos agora aprova sua gestão, superando os que a reprovam.
O aumento na popularidade de Milei ocorre em um contexto de recuperação econômica no país. Após meses de desafios econômicos, a Argentina começou a mostrar sinais de melhora, com a inflação diminuindo para o seu ponto mais baixo em quase três anos. Em outubro, o aumento dos preços foi de apenas 2,7%, uma grande queda em relação aos 25,5% registrados em dezembro de 2023.
Essa melhoria no cenário econômico parece ter ajudado a reverter a opinião pública a favor do governo. No entanto, a popularidade de Milei ainda sofre com resistência em alguns setores específicos, especialmente nas universidades, onde os cortes de gastos geraram protestos em massa no passado. A pesquisa revela que os graduados universitários continuam com um índice de aprovação mais baixo, mas a recuperação geral da economia ajudou a melhorar a imagem do presidente.
“O índice de aprovação do presidente tem sido altamente sensível a conflitos com setores específicos, especialmente as universidades, que demonstraram uma forte capacidade de mobilização”, afirmou Juan Cruz Diaz, diretor administrativo da consultoria Cefeidas.
A recuperação dos principais indicadores econômicos parece ter sido o principal fator para a recuperação da aprovação de Milei.
Expectativa com a vitória de Trump e o apoio dos EUA
Além da melhora econômica interna, a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos também foi vista como positiva para a Argentina. De acordo com a pesquisa, quase metade dos argentinos acredita que a situação econômica do país melhorará com a volta do republicano à Casa Branca. Milei, que é um forte apoiador de Trump, espera fechar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para substituir o atual empréstimo de US$ 44 bilhões, e o apoio dos EUA será crucial nesse processo.
A economia argentina já apresenta alguns sinais de recuperação, como o crescimento nos índices de atividade econômica em julho e agosto. Os salários têm superado consistentemente a inflação desde abril, o que tem ajudado os argentinos a enfrentar o cenário econômico. A diminuição da inflação também reflete a estabilidade relativa alcançada após a implementação de políticas de austeridade no país.
Queda na aprovação de Lula no Brasil
Enquanto a aprovação de Milei cresce, a pesquisa também revelou uma queda significativa na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. Apesar da resiliência da economia brasileira, que mostrou crescimento superior às expectativas no terceiro trimestre, a aprovação de Lula caiu para 47,1% em novembro, uma queda de mais de 3,5 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Aproximadamente 47,3% dos brasileiros desaprovam o governo, o que significa que a aprovação líquida de Lula caiu 5 pontos em comparação com outubro.
Embora o Brasil continue apresentando bons números econômicos, com desemprego em níveis recorde e aumento nos salários, a percepção dos brasileiros sobre a economia tem piorado. Segundo a pesquisa, 47% dos brasileiros consideram que a economia está ruim, contra 29% que acreditam que está boa, uma diferença que aumentou em 8 pontos. Além disso, a expectativa para o futuro também é negativa, com 43% dos brasileiros acreditando que a economia vai piorar nos próximos seis meses, uma reversão acentuada em relação a outubro, quando esse número era 34%.