Estratégias Perigosas

Banho de sangue: Trump causa prejuízo de US$ 10 tri a mercados nos EUA

Política tarifária de Trump derruba mercados e gera perdas históricas em Wall Street, com US$ 10 trilhões evaporados desde janeiro.

donald trumpeuacasa branca em washington1705200344
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  • Wall Street perdeu US$ 10 trilhões desde a posse de Trump, impulsionado pelas novas tarifas comerciais.
  • Setores como tecnologia, indústria e bancos sofreram fortes quedas no valor de mercado.
  • Especialistas e governos temem recessão e guerra comercial global caso medidas não sejam revistas.

Desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro de 2025, o mercado financeiro americano já perdeu US$ 10 trilhões em valor de mercado.

Nesse cenário, o prejuízo histórico acompanha a implementação de uma nova onda de tarifas comerciais impostas a diversos países, com destaque para a China.

Desse modo, a reação dos investidores foi imediata, com fortes quedas nos principais índices da bolsa. Especialistas temem recessão e o agravamento das tensões comerciais.

Mercado reage à política comercial agressiva

Neste mês de abril, Trump colocou em prática um pacote tarifário considerado o mais radical desde 2018. A medida inclui uma tarifa de 104% sobre produtos chineses, além de tributos adicionais aplicados a bens de países como México, Brasil e Alemanha. A alegação central é a defesa da indústria nacional e a correção dos déficits comerciais dos EUA.

Com isso, o mercado financeiro americano entrou em trajetória de queda. Apenas nas primeiras semanas de abril, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 recuaram entre 2% e 3% em dias consecutivos.

A desvalorização de ações de empresas globais e o aumento da aversão ao risco contribuíram para o colapso parcial de Wall Street.

Empresas de tecnologia e indústria lideram perdas

Entre os setores mais afetados estão tecnologia e indústria pesada. Apple, Nvidia e Tesla perderam dezenas de bilhões em valor de mercado.

No setor bancário, ações do JPMorgan, Goldman Sachs e Citigroup recuaram diante do temor de redução nas margens e aumento da inadimplência.

Além disso, empresas com cadeias produtivas integradas globalmente sofreram forte impacto.

Desse modo, as novas tarifas aumentam o custo de importação de insumos, o que reduz a competitividade das indústrias norte-americanas e gera efeitos colaterais em suas receitas.

Comparação com o PIB de regiões inteiras

As perdas acumuladas de US$ 10 trilhões ultrapassam o PIB combinado da América Latina, estimado em US$ 7,9 trilhões. Esse número também representa mais da metade de toda a economia da União Europeia, que possui um PIB de cerca de US$ 18,6 trilhões.

Sendo assim, a magnitude do colapso de mercado dá a dimensão do impacto das políticas protecionistas.

Portanto, o efeito não se restringe ao mercado acionário. O sentimento de incerteza se espalhou por bolsas asiáticas e europeias, derrubando ações em Madri, Paris, Frankfurt e Xangai.

Especialistas alertam para risco de recessão

O CEO da BlackRock, Larry Fink, afirmou que o mercado dos EUA pode cair até 20% caso o governo mantenha o atual curso tarifário.

A declaração repercutiu entre investidores e autoridades. Segundo economistas do JPMorgan Chase, o mundo já vive os primeiros sinais de desaceleração global.

Além disso, o Fundo Monetário Internacional revisou sua projeção de crescimento mundial para baixo, apontando as tarifas como fator de maior risco no curto prazo.

Portanto, a volatilidade nos mercados, o aumento de custos e a paralisação de acordos bilaterais contribuem para o cenário de incerteza.

Reação internacional acirra tensão geopolítica

A China já respondeu com tarifas de 34% sobre produtos americanos e promete retaliar com medidas adicionais. O governo chinês também estuda restringir a exportação de terras raras, insumos essenciais para indústrias de alta tecnologia.

Outros países também manifestaram preocupação. O México e a Alemanha exigiram revisão das tarifas impostas, alegando que o desequilíbrio prejudica o livre comércio. A União Europeia convocou uma reunião extraordinária para debater contramedidas e evitar nova escalada de confrontos comerciais.

Analistas afirmam que, se o atual curso não mudar, uma guerra comercial global se consolidará. Isso poderá trazer consequências duradouras para o comércio internacional, o crescimento dos países emergentes e a estabilidade geopolítica.

Empresas já se adaptam ao novo cenário

Diante do novo ambiente, multinacionais iniciaram planos de realocação de fábricas, reestruturação de cadeias de suprimento e revisão de contratos internacionais.

Grandes empresas do setor automobilístico e eletrônico buscam alternativas para reduzir a exposição aos efeitos das tarifas.

Além disso, fundos de investimento reavaliam suas carteiras, priorizando ativos considerados mais defensivos, como ouro, dólar e títulos do Tesouro americano.

Por fim, o movimento já reflete uma nova fase nos mercados globais, com menos apetite ao risco e foco em segurança.

Luiz Fernando
Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.