Boa Safra cresce no 1T25 com estratégia de expansão e portfólio diversificado

• A Boa Safra dobrou o lucro líquido no 1T25, com receita de R$ 131,2 milhões e margem bruta positiva.
• A Boa Safra aumentou em 63% a receita com novas culturas e ampliou a capacidade produtiva com novas unidades no Sul.
• A empresa fechou o trimestre com caixa líquido positivo e reforçou sua estrutura para sustentar a expansão.

A Boa Safra Sementes S.A. registrou um lucro líquido de R$ 16,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, o que representa um crescimento de 108% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com receita operacional líquida de R$ 131,2 milhões, a empresa dobrou seus ganhos, reduziu perdas operacionais e fortaleceu seu portfólio de culturas. A companhia também reforçou sua presença no Sul do país e manteve uma posição de caixa sólida para impulsionar os próximos passos.

Receita avança, margem melhora e lucro dispara

A performance financeira da Boa Safra surpreendeu positivamente o mercado. A receita operacional líquida atingiu R$ 131,2 milhões, resultado 90% superior ao do primeiro trimestre de 2024. Além disso, a margem bruta, que havia sido negativa no ano anterior, passou para 9%, sinalizando maior eficiência operacional.

Ao mesmo tempo, o lucro bruto chegou a R$ 12,1 milhões, revertendo o prejuízo registrado em 2024. Essa recuperação foi impulsionada, sobretudo, pela retomada nas compras de insumos e pela confiança renovada por parte dos revendedores.

Ainda que o EBITDA ajustado permaneça negativo, passou de R$ -29,2 milhões para R$ -28,6 milhões. Essa leve melhora indica que a empresa está conseguindo controlar despesas e manter a operação saudável durante o período de entressafra.

Por fim, o destaque ficou por conta do lucro líquido, que dobrou em relação ao ano anterior, impulsionado por uma gestão mais eficiente do capital de giro. Essa melhora reflete a estratégia bem-sucedida de pulverização das vendas com pequenos e médios revendedores.

Diversificação reduz riscos e amplia mercado

Para além da soja, a Boa Safra tem ampliado seu portfólio de sementes. No 1T25, a receita com culturas alternativas — como milho, trigo, feijão e sorgo — atingiu R$ 63 milhões, o que representa um crescimento de 63% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Assim, esse avanço demonstra que a empresa está comprometida em reduzir a dependência da soja e diversificar fontes de receita. Como consequência, há maior resiliência frente às oscilações climáticas e econômicas que impactam o agronegócio.

Além disso, a companhia também ampliou sua capacidade produtiva de 240 mil para 280 mil big bags, graças ao arrendamento de novas unidades no Paraná. Essa movimentação fortalece a atuação na região Sul, responsável por cerca de 30% da demanda nacional por sementes certificadas.

Outro ponto estratégico foi o início das operações da joint venture SBS Green Seeds, voltada para a agricultura regenerativa. Portanto, com 30% de participação inicial, a Boa Safra poderá chegar a 60%, sinalizando seu compromisso com inovação e sustentabilidade.

Caixa robusto viabiliza expansão sustentável

No encerramento do trimestre, a empresa apresentou uma posição de caixa líquido positiva, com R$ 895 milhões em caixa e R$ 845 milhões em dívidas. Esse equilíbrio foi reforçado por uma emissão de R$ 500 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), realizada em janeiro.

Além disso, o índice de liquidez corrente saltou de 1,85 para 3,22, o que mostra maior capacidade de honrar compromissos de curto prazo. Esse desempenho dá segurança para que a Boa Safra continue executando seu plano de expansão com confiança.

Mesmo com a queda no resultado financeiro líquido — de R$ 33,4 milhões para R$ 27,5 milhões — a empresa conseguiu manter estabilidade. A redução se deve principalmente à menor rentabilidade de derivativos, mas não comprometeu a saúde financeira da operação.

Desse modo, com boa gestão de capital, diversificação de receitas e foco em sustentabilidade, a Boa Safra se posiciona para continuar crescendo de forma estruturada nos próximos trimestres.