Cenário brasileiro

"Brasil está na UTI", diz um dos pais do Plano Real

O economista e ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, fez uma avaliação preocupante sobre o atual cenário econômico do Brasil.

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Armínio Fraga - Reprodução: VEJA Editorial
Armínio Fraga - Reprodução: VEJA Editorial
  • Armínio Fraga compara situação do Brasil a um “paciente na UTI” e alerta para juros altos
  • O endividamento público em crescimento pode agravar ainda mais a economia
  • Banco Central busca equilíbrio e Lula aposta no consumo para manter o crescimento

O economista e ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, fez uma avaliação preocupante sobre o atual cenário econômico do Brasil.

Durante um seminário do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças, no Rio de Janeiro, Fraga comparou a situação do país a um “paciente na UTI”, destacando a alta dos juros futuros e a falta de ação na política fiscal como fatores determinantes para essa crise.

Juros em alta e o papel da política fiscal

Fraga enfatizou que os juros futuros estão “na lua” e alertou que o Banco Central, sozinho, não tem como resolver essa situação. Segundo ele, a solução passa necessariamente pela política fiscal, que precisa ser revista com urgência.

O economista ressaltou que o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem o desafio de convencer o governo a priorizar essa questão.

Ele destacou que o Brasil vive um momento em que o desemprego está baixo e a economia demonstrou fôlego recentemente, mas alertou que “a festa meio que acabou”. Para Fraga, é necessário um novo direcionamento econômico para evitar um cenário ainda pior.

Dívida pública e riscos de desaceleração

Outro ponto de preocupação apontado por Fraga é a dívida pública, que já ultrapassa 75% do Produto Interno Bruto (PIB) e continua em crescimento. Ele alertou que essa combinação de alto endividamento com uma atividade econômica em desaceleração é extremamente perigosa.

De acordo com Fraga, a falta de uma estratégia clara de mudança na política macroeconômica pode comprometer ainda mais o futuro econômico do país.

Ele criticou a ausência desse tema na agenda governamental e reforçou que o Banco Central não tem condições de operar milagres diante desse cenário. Segundo ele, é necessário um ajuste macroeconômico mais amplo para conter a deterioração das contas públicas e estabilizar o mercado.

Resposta de Galípolo e demais perspectivas

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, respondeu às colocações de Fraga afirmando que seu desafio é encontrar um equilíbrio no papel da autoridade monetária.

Ele disse que tem buscado expressar suas opiniões sobre os movimentos do mercado sem ultrapassar suas funções institucionais.

Galípolo reforçou que a política monetária em vigor deve surtir efeito para reduzir a inflação, e que essa percepção é compartilhada pelo mercado. No entanto, ele destacou que o foco do mercado agora é observar como o governo reagirá a uma eventual desaceleração econômica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o tema, afirmando que a economia brasileira crescerá este ano. Segundo ele, a circulação de dinheiro entre a população impulsionará a expansão econômica. Contudo, economistas continuam preocupados com os riscos estruturais que o país enfrenta.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.