Será mesmo?

China quer fazer acordo com EUA, afirma Trump

Trump afirma que China busca acordo, mas impasse e tarifas elevadas ampliam tensão comercial global.

China quer fazer acordo com EUA, afirma Trump
  • Trump afirmou que a China quer um acordo comercial, mas ainda não sabe como iniciar as negociações.
  • Os EUA impuseram tarifas de 125% sobre produtos chineses, enquanto a China retaliou com tarifas de 84%.
  • Especialistas alertam que a escalada pode impactar o PIB global e agravar a volatilidade econômica.

Durante evento na Casa Branca, o presidente Donald Trump declarou que a China deseja retomar o diálogo para um novo acordo comercial com os Estados Unidos. No entanto, segundo ele, os chineses “ainda não sabem como começar”.

A fala ocorre após a elevação das tarifas americanas sobre produtos chineses para 125%, e da retaliação de Pequim com tarifas de 84%. A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo reacendeu temores sobre impactos globais.

Trump diz que China quer acordo, mas não sabe como começar

Em declaração feita durante um evento em Washington na última terça-feira (8), Trump afirmou que “a China quer desesperadamente um acordo”, mas ainda não encontrou uma forma concreta de iniciar as negociações.

Segundo o presidente dos EUA, Pequim estaria “no processo de descobrir como” retomar o diálogo com os Estados Unidos após semanas de escalada tarifária.

Ele destacou que espera uma ligação direta do presidente Xi Jinping. “Eles querem conversar, mas ainda não sabem como voltar. Estamos prontos para ouvir, mas não cederemos se não houver reciprocidade”, afirmou.

A declaração ecoa outras falas recentes da Casa Branca, que indicam disposição para negociar, mas exigem concessões chinesas como ponto de partida.

Tarifas dos EUA contra a China chegam a 125%

As novas tarifas impostas por Trump representam um dos maiores aumentos já aplicados pelos Estados Unidos em relação à China.

A partir desta semana, produtos chineses passam a pagar 125% para ingressar no mercado americano. A decisão foi anunciada após o fim do prazo dado por Washington para que Pequim retirasse suas tarifas anteriores, de 34%, sobre bens americanos.

De acordo com a Casa Branca, a medida visa pressionar a China a abandonar práticas que o governo americano considera desleais, como subsídios a empresas estatais, manipulação cambial e barreiras não tarifárias.

O Departamento de Comércio dos EUA afirmou que o objetivo é “restaurar o equilíbrio das relações comerciais” entre os dois países.

Pequim elevou tarifas para 84%

No início do dia, o governo chinês elevou suas tarifas para 84% sobre diversos produtos dos Estados Unidos, incluindo componentes eletrônicos, veículos e bens agrícolas.

O Ministério do Comércio da China emitiu uma nota afirmando que o país está “disposto a negociar”, mas que responderá com firmeza a qualquer tentativa de pressão unilateral.

A reação chinesa incluiu também a ameaça de restrições a empresas americanas que operam no território chinês, especialmente do setor de tecnologia. Segundo analistas, as ações de retaliação reforçam o impasse e tornam mais difícil uma resolução rápida do conflito.

Mercado reage com cautela e volatilidade

As bolsas de valores reagiram de forma mista à declaração de Trump. O Nasdaq chegou a cair 1,2% pela manhã, mas recuperou parte das perdas após a fala do presidente sugerir abertura para negociações.

O Dow Jones fechou praticamente estável, enquanto o S&P 500 caiu 0,4%. No mercado asiático, o índice de Xangai recuou 1,7%, e o Nikkei, do Japão, teve queda de 1,1%.

Especialistas do setor financeiro avaliam que o cenário atual é de incerteza. A expectativa de que um acordo possa surgir ainda este semestre anima parte dos investidores, mas os riscos de prolongamento da disputa mantêm a volatilidade elevada.

Analistas alertam para efeitos globais da escalada

Economistas da OCDE e do FMI expressaram preocupação com os efeitos da guerra comercial sobre o crescimento mundial. Segundo relatório divulgado nesta quarta, a continuidade do conflito entre China e EUA pode provocar retração de até 1 ponto percentual no PIB global em 2025.

Além disso, o encarecimento de produtos e o deslocamento de cadeias produtivas devem afetar diretamente países emergentes.

Apesar da tensão, Trump reforçou seu otimismo. “Vamos fazer acordos melhores com a China e com outros parceiros. Mas só se for justo. O tempo do desequilíbrio acabou”, concluiu o presidente.

Luiz Fernando
Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.