- As agências de rating Fitch e Moody anunciaram recentemente suas expectativas para a economia brasileira;
- A Fitch aponta uma melhora da perspectiva por avanços na economia. Já Moody’s, por sua vez, não faz revisão, mas alerta sobre perda de credibilidade fiscal.
O Rating nada mais é que uma classificação, praticamente uma nota. Este indicador serve para apontar o risco de crédito de uma companhia.
Ou seja, a probabilidade de certa empresa não cumprir com seus compromissos legais (aplicar o famoso calote).
As agências de rating, ou agências de avaliação de risco, são empresas independentes e especializadas que monitoram as atividades financeiras de diversas instituições públicas e privadas, avaliando o nível do risco de crédito de cada uma.
Assim, essa avaliação é feita através da divulgação de um relatório financeiro e principalmente pela atribuição de uma nota de risco – o chamado rating. De fato: por causa da infinidade de ativos, títulos e empresas disponíveis no mercado, muitas vezes o investidor não consegue analisar financeiramente cada um deles com precisão para orientar melhor o seu investimento.
No entanto, para ajudar nessa situação, existe um tipo de instituição especializada em realizar essa análise, da forma mais profissional e independente possível: as agências de rating.
São as agências de rating que indicam, por exemplo, qual o risco de se investir nos títulos de dívida de um determinado país, fornecendo uma avaliação concisa sobre o grau de investimento desses ativos e dos riscos que calote que eles possuem.
Existem diversas agências de rating espalhadas pelo mundo inteiro. No entanto, as três agências de risco mais importantes e com maior credibilidade em todo o mercado são a Moody’s, a Fitch e a S&P (Standard & Poor’s). Estima-se que estas três agências detenham cerca de 95% do mercado global de análise de risco.
O que dizem as agências sobre o Brasil?
Neste sentido, as agências de classificação de risco de crédito Fitch e Moody’s manifestaram-se sobre o Brasil na semana passada. As avaliações são rotineiras, mas o tom adotado pelas agências internacionais não foi uniforme. Afinal, a Fitch acelerou o passo e revisou a perspectiva da economia de negativa, atribuída em maio de 2020, para estável devido à evolução melhor do que a esperada das finanças públicas.
Primeiramente, a Moody’s não promoveu a releitura de rating, reafirmou suas projeções para as contas públicas e disparou um alerta: as repetidas ultrapassagens do governo no teto de gastos comprometem a credibilidade fiscal do país.
Apesar da mudança de perspectiva anunciada pela Fitch, a nota de crédito atribuída ao Brasil permaneceu no grau especulativo, abaixo do grau de investimento, em “BB-”, onde já estava.
Essa mesma nomenclatura, “BB-“ é praticada pela S&P Global e dedicada ao país. A Moody’s, por sua vez, usa outra nomenclatura, “Ba2”, mas com o mesmo sentido de risco Brasil – grau especulativo.
Em comunicado emitido na sexta-feira, 15 de julho, a Moody’s reafirma sua expectativa de inversão de sinal para as contas públicas brasileiras – de superávit primário de 0,2% do PIB em 2021 para déficit primário de 0,6% do PIB em 2022.
E não espera que a PEC das Bondades (ou kamikaze dependendo de seu ponto de vista) produza significativa alteração no cenário fiscal este ano.
Por fim, a Fitch vê “o decisivo aperto da política monetária pelo BC, apoiado por sua nova autonomia formal”, como um reforço no seu comprometimento em combater a inflação.
Portanto, a agência reconhece os desafios que precisam ser combatidos:
“Os desafios fiscais e de crescimento persistem, e as eleições de outubro adicionam incertezas sobre como isso será endereçado”.
Ademais, a companhia completa que esses desafios já estão capturados no rating “BB-” e espera “ampla continuidade da política macroeconômica após as eleições”.