Realidade em expansão

Construtora do Rio começa a vender apartamentos com criptomoedas e já movimenta mais de R$ 100 mil

Empreendimento na Barra da Tijuca aceita stablecoins com tecnologia da Transfero; tendência pode transformar mercado imobiliário.

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  • Criptomoedas já são aceitas como forma de pagamento em imóveis residenciais no Rio, com potencial de se expandir para outras regiões e segmentos.
  • Stablecoins atreladas ao dólar e ao real facilitam transações internacionais e ampliam o acesso ao mercado nacional.
  • A Transfero avança sobre os setores de supermercado, saúde e turismo, integrando o uso de ativos digitais ao cotidiano do consumidor brasileiro.

A revolução dos meios de pagamento chegou, de forma definitiva, ao setor imobiliário brasileiro. A Construtora Calper, reconhecida por seus projetos modernos e de alto padrão no Rio de Janeiro, passou a aceitar criptomoedas como forma de pagamento no empreendimento Arte Wave, localizado na Barra da Tijuca.

Em apenas um mês de operação, a novidade já movimentou mais de R$ 100 mil em transações cripto. O projeto está inserido no inovador bairro planejado Cidade Arte, que também abriga a primeira piscina de ondas indoor do Rio de Janeiro — um marco para o setor de lazer na cidade, agora acompanhado por um salto tecnológico no modelo de negócios imobiliários.

Criptomoedas na prática: como funciona a compra de imóveis com ativos digitais

Essa nova forma de pagamento foi viabilizada por meio da Transfero, uma fintech criada por brasileiros na Suíça, que atua como ponte entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto. A empresa movimentou, somente no ano passado, mais de US$ 1,9 bilhão em criptoativos e é responsável pela criação do BRZ, considerada a maior stablecoin lastreada no real em circulação atualmente.

De forma simplificada, o comprador pode utilizar stablecoins — como BRZ ou até mesmo moedas digitais atreladas ao dólar — para adquirir imóveis. A liquidação ocorre de maneira rápida e legalmente segura, com todo o processo gerenciado pela infraestrutura da Transfero. Esse modelo evita os entraves cambiais e, sobretudo, elimina a burocracia típica das transações transnacionais.

Além disso, essa solução traz vantagens práticas e estratégicas: para brasileiros que desejam diversificar seus investimentos e para estrangeiros interessados em adquirir imóveis no país com mais flexibilidade. Assim, o uso de criptoativos pode se consolidar como uma alternativa robusta aos métodos tradicionais de financiamento.

Transfero expande pagamentos em cripto para outros setores no Brasil

Essa parceria com a Calper, no entanto, não é um caso isolado. A Transfero já implementou, com sucesso, o pagamento com criptoativos na rede de supermercados Zona Sul, permitindo que clientes paguem suas compras com moedas digitais lastreadas no dólar. Essa inovação se mostrou especialmente útil para turistas estrangeiros, que enfrentam dificuldades com conversões de câmbio.

Paralelamente, a empresa já fornece infraestrutura de pagamentos para o marketplace Allever, e pretende lançar, em breve, soluções para agendamento de consultas médicas e reservas de hotéis. A meta é clara: ampliar a presença dos ativos digitais no cotidiano das pessoas, incorporando o universo cripto à economia real brasileira.

Além disso, a estratégia da Transfero reflete um movimento mais amplo de democratização da tecnologia blockchain. Ao facilitar o uso de moedas digitais em setores essenciais, como saúde e alimentação, a fintech se posiciona como uma catalisadora da transformação digital no Brasil. Isso tende a estimular outras empresas a seguirem o mesmo caminho.

Por fim, vale destacar que a expansão desses serviços pode criar um ecossistema onde pagamentos com cripto se tornem tão comuns quanto cartões de crédito. Para os consumidores, isso representa mais liberdade financeira. Para os empresários, uma nova fronteira de competitividade.

Mercado imobiliário se reinventa com blockchain e ativos digitais

O uso de criptomoedas no setor de imóveis ainda é emergente no Brasil, mas já mostra sinais consistentes de crescimento. Isso porque a combinação entre flexibilidade no pagamento, segurança jurídica e agilidade na liquidação atrai tanto investidores quanto consumidores finais. Além disso, a tecnologia blockchain permite rastreabilidade e transparência total nas transações.

A Calper, portanto, surge como pioneira no setor residencial, mostrando que inovação não está restrita apenas ao projeto arquitetônico ou à localização privilegiada. Ao adotar pagamentos em cripto, a construtora amplia seu leque de compradores e reforça sua imagem como marca voltada para o futuro.

Outro ponto relevante é a capacidade dessa tendência de atrair um novo perfil de comprador: jovens investidores, expatriados, nômades digitais e entusiastas de tecnologia que valorizam rapidez e autonomia nas decisões de compra. Com esse movimento, o setor se conecta à nova geração de consumidores globais.

Além disso, à medida que mais incorporadoras enxergarem o valor da criptoeconomia, é provável que o mercado imobiliário se torne um dos principais vetores de adoção das moedas digitais no Brasil. Isso poderá influenciar, inclusive, políticas regulatórias e práticas cartoriais, acelerando a digitalização dos contratos e registros de imóveis.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.