Criptoguerra digital

Governo Lula vai rastrear quem usa criptomoedas: entenda

Software de espionagem cripto vai mapear IPs, carteiras e transações suspeitas. SP e RJ ficam de fora.

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Crédito: Depositphotos
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  • A tecnologia permitirá que o governo detecte e bloqueie transações em tempo real.
  • Integração entre Polícia Federal, Receita e MPF pode blindar o país contra crimes digitais.
  • O Brasil avança rumo a um modelo mais regulado e transparente de uso de ativos digitais.

O governo Lula deu sinal verde para uma nova frente de combate no mundo digital: o rastreamento em larga escala de criptomoedas como Bitcoin, Ethereum, Dogecoin e outras.

Sendo assim, no dia 17 de junho de 2025, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou um edital para contratar, por 36 meses, um sistema de vigilância cripto. O objetivo? Rastrear transações, identificar carteiras suspeitas e combater crimes como lavagem de dinheiro e tráfico — com ferramentas que já são referência na Europol.

Espionagem cripto: como vai funcionar o software

O edital prevê a aquisição de uma plataforma completa de blockchain analytics, capaz de monitorar e mapear o rastro de moedas digitais. Então, o sistema vai permitir:

  • Localizar IPs, cidades e países de usuários;
  • Rastrear carteiras em diversas blockchains;
  • Treinar policiais e operadores de segurança para atuar com a tecnologia.

Além do Bitcoin, o governo exigiu suporte a outros 9 criptoativos populares: Ethereum (ETH), Tron (TRX), BNB, Dash, Dogecoin, XRP, Polygon, Avalanche e Ethereum Classic — com atualizações futuras prometidas.

Onde será instalado: 15 capitais, mas sem SP e RJ

Mesmo com São Paulo e Rio de Janeiro fora da lista, a instalação será ampla: 15 capitais terão licenças ativas. Nesse sentido, Brasília lidera com 19 unidades, seguida por Curitiba (8) e Aracaju (4). Ademais, também estão na lista capitais como Manaus, João Pessoa, Teresina, e Florianópolis. Assim, a ausência das maiores cidades do país levanta dúvidas: outros órgãos federais já estariam equipados com soluções semelhantes?

Capitais contempladas:

  • Brasília (19 unidades)
  • Curitiba (8)
  • Aracaju (4)
  • Teresina, Boa Vista, Maceió, Manaus, João Pessoa, Goiânia, entre outras.
São Paulo e Rio de Janeiro ficaram de fora da lista. (créditos: deposithphotos).

Concorrência internacional e espaço para empresas brasileiras

O edital referencia ferramentas globais já avaliadas pela Europol. A americana Chainalysis lidera, seguida por TRM Labs, Elliptic e CipherTrace. Todavia, empresas nacionais terão vantagem competitiva se preencherem requisitos legais e técnicos:

  • Estarem em dia com a Receita e a Justiça;
  • Oferecerem treinamento completo;
  • Garantirem atualizações constantes do sistema.

Ou seja, o governo quer um sistema de padrão internacional — mas também abre espaço para fornecedores brasileiros preparados.

Criptomoedas Bitcoin Litecoin Dash Tron
Criptomoedas Bitcoin, Litecoin, Dash e Tron.

Governo acelera guerra contra crimes digitais

Essa licitação não surge do nada. Logo, o Brasil vem fortalecendo seu aparato de investigação sobre criptoativos. Nos últimos anos:

  • O STJ autorizou bloqueio judicial de criptomoedas;
  • O CNJ integrou corretoras ao Judiciário via convênio com a ABCRIPTO;
  • A Receita Federal já usa IA para rastrear transações cripto.

Além disso, o Ministério Público Federal investiu R$ 6,4 milhões em tecnologia semelhante em 2023, com bons resultados — inclusive na recuperação de valores roubados em crimes digitais.

Contexto quente: impostos, apreensões e reservas em Bitcoin

Esse movimento vem no rastro de uma nova política fiscal para o setor: a MP 1.303/2025 já propõe tributar ganhos com criptomoedas em 17,5%.

Sendo assim, ao mesmo tempo, ganha força o debate sobre permitir que o Brasil mantenha reservas em Bitcoin.

Desse modo, a Justiça tem recebido cada vez mais liberdade para apreender e bloquear ativos digitais.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.