
- Miniso quer transformar Top Toy em estrela global; Inspirada no sucesso da Pop Mart, empresa prepara IPO para expandir marca de brinquedos colecionáveis.
- Novo Banco mira maior IPO de Portugal em 17 anos; Reestruturado e lucrativo, banco português pretende captar até € 1 bilhão ainda este ano.
- Empresas apostam em abertura para crescer; Miniso e Novo Banco aceleram planos para destravar valor e atrair investidores em um mercado mais otimista.
Miniso e Novo Banco, cada uma em seu segmento, apostam em IPOs bilionários para impulsionar crescimento, atrair investidores e conquistar mercados estratégicos. O movimento ocorre em meio ao aquecimento do mercado financeiro.
Miniso aposta em expansão com brinquedos colecionáveis
A varejista chinesa Miniso iniciou os preparativos para listar sua subsidiária Top Toy na bolsa de Hong Kong. Para isso, contratou os bancos JPMorgan Chase e UBS, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg News. Assim, a operação pode posicionar a marca entre as líderes do mercado de brinquedos de nicho.
Criada no fim de 2020, a Top Toy começou com nove lojas em cinco cidades. No entanto, a empresa cresceu rapidamente. Em março deste ano, já contava com 280 unidades e começava a se expandir para outros países. Seu foco está nos brinquedos colecionáveis vendidos em embalagens surpresa, tendência que conquista fãs em diversos públicos.
O IPO deve seguir os passos da Pop Mart, líder do setor, cuja ação disparou 340% em 2024 e mais 171% em 2025. A empresa, avaliada hoje em US$ 42 bilhões, ganhou notoriedade com bonecas endossadas por celebridades do K-pop. Já a Miniso, desde que estreou em Hong Kong em 2022, viu suas ações subirem 150%.
A empresa estuda incluir outros bancos na operação e negocia com fundos soberanos interessados em ancorar a oferta. Portanto, o objetivo é claro: financiar uma expansão global mais agressiva e aumentar o valor de mercado da Top Toy.
Novo Banco quer fazer história com IPO bilionário
Enquanto isso, o Novo Banco se prepara para o maior IPO de Portugal em 17 anos. Os acionistas aprovaram medidas fundamentais para viabilizar a operação, incluindo a revisão dos estatutos e a listagem das ações, conforme informou o porta-voz da instituição. A expectativa é atrair investidores e consolidar a imagem do banco no cenário europeu.
Atualmente, o Novo Banco pertence majoritariamente à americana Lone Star, que detém 75% da companhia. O restante pertence a entidades públicas portuguesas, como o Fundo de Resolução. O plano da Lone Star é vender entre 25% e 30% do capital. Segundo o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o IPO pode levantar até € 1 bilhão.
O banco emergiu do colapso do antigo Banco Espírito Santo, há dez anos. Desde então, passou por forte reestruturação. Vendeu ativos problemáticos, reduziu a inadimplência e voltou ao lucro em 2021. Além disso, se beneficiou do aumento dos juros, que impulsionou sua receita líquida.
Para coordenar a oferta, foram escolhidos o Bank of America, o Deutsche Bank e o JPMorgan. A Lone Star também avalia a possibilidade de uma venda total da instituição. Segundo dados recentes, o banco tem 1,7 milhão de clientes e carteira de crédito diversificada, que inclui € 17 bilhões em empréstimos corporativos.
Diferentes setores, mesmos objetivos estratégicos
Apesar de atuarem em mercados distintos, Miniso e Novo Banco compartilham o mesmo foco: transformar capital de investidores em expansão e valorização. No caso da Miniso, a estratégia é aproveitar o sucesso da cultura pop e conquistar um público fiel que movimenta bilhões por ano.
Já o Novo Banco quer consolidar sua recuperação após anos de instabilidade. A abertura de capital seria um marco de virada para a instituição, que tenta ganhar a confiança do mercado após uma década difícil. Com resultados positivos, o banco acredita estar pronto para competir de igual para igual no setor bancário europeu.
Esses IPOs mostram como empresas de perfis diversos estão reagindo ao novo ciclo econômico. O acesso ao mercado de capitais é, mais do que nunca, uma ferramenta essencial para crescer em escala global. Resta saber se os investidores vão abraçar essa visão.