
Cotação do dólar hoje:
- – 09:10: Dólar comercial (compra): -0,41%, cotado a R$ 5,48.
O que influencia o dólar hoje?
O dólar abriu esta sexta-feira (20) em modo de ajuste, após o feriado, reagindo à alta de 0,25 ponto percentual na Selic, que agora está em 15% ao ano, e ao diferencial de juros entre EUA e Brasil. Além disso, a escalada das tensões no Oriente Médio continua gerando efeitos nos mercados globais.
Na última quarta-feira (18), a moeda americana fechou o pregão em alta de 0,4%, cotada a R$ 5,50.
Selic em alta: o real mais atrativo para o capital estrangeiro
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), tomada de forma unânime na quarta-feira (18), só terá efeito prático no mercado hoje, por conta do fechamento do pregão e da pausa no dia seguinte.
A elevação dos juros reforça a atratividade do Brasil no cenário de carry trade — estratégia em que investidores captam recursos em países com juros baixos e aplicam em mercados com retornos mais elevados.
Com a Selic a 15% e os Estados Unidos mantendo seus juros entre 4,25% e 4,5%, o diferencial de taxas amplia o apetite de estrangeiros pelo real, o que pode pressionar o dólar para baixo.
Apesar da sinalização do Copom de que novas altas não estão descartadas, o tom do comunicado foi de cautela, indicando que os juros podem permanecer nesse patamar por algum tempo, dependendo da evolução do cenário inflacionário.
Fed parado, mas sem pressa para cortar
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa básica estável pela quarta reunião consecutiva e deixou claro que não tem pressa para iniciar o ciclo de cortes.
O banco central americano ainda monitora os efeitos das tarifas comerciais e pressões inflacionárias antes de qualquer movimento.
O mercado, no entanto, segue projetando dois cortes de juros ainda em 2025, embora sem consenso sobre quando começarão.
Essa postura mais conservadora do Fed limita a valorização do dólar globalmente, já que a moeda perde parte de sua atratividade frente a países que estão subindo ou mantendo juros em níveis mais altos.
Geopolítica e petróleo no radar
No campo externo, a guerra entre Irã e Israel segue adicionando volatilidade aos mercados.
A escalada militar elevou os preços do petróleo — um fator que normalmente sustentaria o dólar como ativo de proteção (“porto seguro”) em momentos de incerteza.
Contudo, o movimento não tem sido expressivo neste sentido: o dólar global não tem mostrado força significativa, o que sugere que o fluxo para a moeda americana está sendo limitado.