Em apuros

Eleições 2026: Lula perde para Bolsonaro e empata com novos nomes da direita no 2º turno

Petista é superado por Bolsonaro e Michelle; empates com Tarcísio, Caiado e Ratinho Jr. mostram novo equilíbrio no eleitorado.

Lula
Crédito: Depositphotos
  • Lula perderia para Bolsonaro (48,4% x 39,9%) e estaria tecnicamente empatado com Michelle, Tarcísio, Caiado e Ratinho Jr.
  • Petista melhora em relação à pesquisa de março, mas segue sem vantagem clara nos cenários testados.
  • Direita amplia opções eleitorais com nomes novos, e Michelle surge como figura forte mesmo sem cargo público.

A mais recente pesquisa da Futura Inteligência, divulgada nesta quarta-feira (11), aponta um quadro desafiador para o presidente Lula em eventuais disputas de segundo turno. O levantamento mostra que o petista perderia para Jair Bolsonaro (PL), mesmo inelegível, e estaria tecnicamente empatado com outros nomes fortes da direita.

Na simulação contra Bolsonaro, Lula aparece com 39,9% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente lidera com 48,4%. A diferença de 8,5 pontos está fora da margem de erro, fixada em 3,1 pontos percentuais, o que configura uma derrota clara para o atual presidente.

Michelle e governadores despontam como ameaças emergentes

Em outro cenário, Lula também encontra dificuldades frente a Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama aparece com 46,2% das intenções de voto, enquanto o petista registra 40,9%. Embora a diferença de 5,3 pontos esteja dentro da margem de erro, a sinalização é de que Michelle se consolidou como um nome competitivo no campo bolsonarista.

A pesquisa ainda revela empates técnicos com governadores que vêm ganhando projeção nacional. Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula registra 41,1% e o governador de São Paulo, 41,0%. No cenário com Ratinho Júnior (PSD-PR), o presidente aparece levemente à frente: 39,9% contra 38,8%. Já diante de Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), o placar é 39,5% a 35,1% a favor de Lula, mas com um número elevado de indecisos e votos nulos — 25,4% no total.

Esses dados indicam que, mesmo mantendo uma base sólida de apoio, Lula encontra dificuldades para ampliar seu alcance junto ao eleitorado mais conservador, que já começa a testar alternativas a Bolsonaro.

Comparativo com março mostra melhora, mas cenário continua apertado

Na comparação com a rodada anterior da pesquisa, feita em março de 2025, Lula apresentou leve melhora contra quase todos os adversários. Na época, ele estava numericamente atrás de Tarcísio, Caiado e Ratinho Jr. A virada, no entanto, ainda não é suficiente para garantir vitórias seguras.

Apesar do avanço em relação ao início do ano, o presidente não conseguiu transformar a recuperação econômica e o pacote social em vantagem clara nas intenções de voto. A percepção de estagnação política e os sucessivos atritos com o Congresso podem estar pesando na avaliação do eleitorado.

Outro dado relevante do levantamento é a performance de Geraldo Alckmin (PSB), testado como nome alternativo do campo governista. O vice-presidente teve desempenho inferior ao de Lula em todos os cenários, sendo superado com margem maior por Bolsonaro, Michelle e Tarcísio.

Pesquisa reflete ambiente de polarização ainda vivo em 2025

A pesquisa da Futura Inteligência entrevistou 1.001 pessoas em todo o país, entre os dias 2 e 4 de junho. Com nível de confiança de 95% e margem de erro de 3,1 pontos percentuais, o levantamento reforça que o ambiente político segue polarizado, embora com novos atores ganhando protagonismo.

Além disso, a presença de nomes como Michelle, Tarcísio, Caiado e Ratinho Jr. nos cenários de segundo turno sinaliza um movimento de diversificação dentro da direita. Enquanto Lula permanece o principal nome da esquerda, o centro-direita e a extrema-direita testam caminhos para manter a influência sem depender exclusivamente de Bolsonaro.

Desse modo, o dado mais simbólico da pesquisa talvez seja o desempenho de Michelle Bolsonaro, que mesmo sem ocupar cargo público, surge com força similar à do marido. Portanto, isso revela não só o poder do bolsonarismo como marca política, mas também uma possível estratégia para manter viva sua narrativa mesmo com Bolsonaro inelegível.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.