
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, revelou nesta terça-feira (20), que a AGU investiga se parte do dinheiro desviado na fraude bilionária do INSS foi ocultada por meio de criptomoedas.
Segundo Messias, o governo já pediu o bloqueio de bens das entidades associativas investigadas e solicitou rastreio dos valores por meio de corretoras de criptoativos.
“Solicitamos ao juízo que seja feito um rastreio a partir de corretoras de criptomoedas para entender por onde esse recurso passou, caso tenha sido utilizado”, explicou o ministro.
Ainda de acordo com Messias, o governo federal estuda extinguir o desconto automático em folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS para entidades associativas.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC, Messias foi direto:
“Aparentemente, há uma avaliação de que o risco e a fragilidade do sistema não compensam.”
A operação deflagrada pelo governo em abril revelou um esquema no qual associações cadastravam aposentados de forma fraudulenta, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS — sem o consentimento dos segurados. A estimativa de prejuízo é assustadora: até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024
Entidades fantasmas e fraude no INSS
De acordo com as investigações, dois grupos distintos de entidades estão no centro do escândalo:
- Entidades que pagavam propina a servidores públicos em troca de facilidades para aplicar os descontos indevidos.
Já foram identificados e afastados seis servidores envolvidos diretamente no esquema. - Entidades de fachada: organizações fantasmas, sem sede ou atuação real, que não prestavam serviço algum aos aposentados.
Segundo Messias, “são entidades que não têm sede social, não têm vida associativa, que não prestam nenhum tipo de serviço.”