A recente descoberta de uma fraude bilionária no INSS, que desviou recursos de aposentados e pensionistas, não é apenas mais uma crise isolada. Ela reacende um debate incômodo e lança luz sobre um padrão que parece perseguir as gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a associação de todos os seus períodos no poder a escândalos financeiros de proporções gigantescas, envolvendo cifras na casa dos bilhões de reais.
Olhando para trás, o primeiro mandato de Lula (2003-2006) foi abalado pelo escândalo do Mensalão. Embora o foco inicial fossem as mesadas pagas a parlamentares para garantir apoio no Congresso, a investigação revelou um esquema complexo que envolvia o desvio de recursos de estatais e contratos de publicidade, movimentando quantias vultosas.
O impacto político foi devastador, manchando a imagem de “ética na política” que o PT buscava projetar e resultando na condenação de figuras importantes do partido e do governo. O custo total do esquema, considerando as ramificações e os contratos envolvidos, representa uma cifra de enorme magnitude, mesmo que o valor exato seja difícil de cravar.
Avançando para o segundo mandato (2007-2010), o terreno estava sendo preparado para o que viria a ser o maior escândalo de corrupção da história do Brasil: a Operação Lava Jato. Embora a operação só tenha ganhado força a partir de 2014, as investigações mostraram que foi principalmente durante este período que o megaesquema de corrupção na Petrobras floresceu. Contratos bilionários com grandes empreiteiras eram sistematicamente superfaturados para gerar propinas que abasteciam partidos políticos e enriqueciam diretores e intermediários. O volume de dinheiro desviado comprovadamente atingiu a casa dos bilhões, com consequências que se estenderam por anos, afetando a economia e a política nacional de forma profunda.
Agora, no terceiro mandato (iniciado em 2023), surge a fraude bilionária no INSS. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal expuseram um esquema onde bilhões de reais foram descontados indevidamente dos benefícios de aposentados e pensionistas – a camada mais vulnerável da população – e repassados a associações suspeitas. Embora o esquema possa ter raízes em anos anteriores, ele escalou de forma alarmante nos últimos anos, atingindo seu pico sob a gestão atual e gerando uma crise que já levou à demissão do presidente do INSS e coloca o Ministro da Previdência sob intensa pressão. Os valores envolvidos, segundo as investigações, chegam a pelo menos R$ 8 bilhões desde 2016, com uma aceleração brutal recente.
Esse padrão recorrente de escândalos bilionários levanta questões sérias sobre a gestão, os mecanismos de controle e a cultura política nos governos liderados por Lula. Seja comprando apoio político (Mensalão), desviando recursos de contratos estatais (Lava Jato) ou permitindo (mesmo que por falha de controle) a sangria de benefícios sociais (INSS), o resultado é sempre um enorme prejuízo aos cofres públicos e um abalo profundo na confiança da população. Cada escândalo tem suas particularidades, mas a marca comum de cifras astronômicas e impacto social negativo parece ser uma constante incômoda que assombra a trajetória política do presidente.