Mercosul e União Europeia: acordo de livre comércio pode impulsionar o PIB do Brasil

Imagem/Reprodução: Governo Federal logo
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O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado nesta sexta-feira (6), promete um impacto significativo para a economia brasileira. Estimativas do governo indicam que, até 2044, o acordo deverá resultar em um aumento de 0,34% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o que representa um acréscimo de 37 bilhões de reais, com base nos números de 2023.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a relevância do tratado para o Brasil.

“Estamos falando de 27 países da União Europeia, dos mais ricos do mundo, então muitas oportunidades. Isso pode ajudar a fazer o PIB do Brasil crescer mais, as exportações brasileiras crescerem mais, a renda e o emprego crescerem mais e derrubar a inflação”.

afirmou, ressaltando a importância estratégica da parceria para o crescimento econômico e o fortalecimento de setores chave da economia nacional.

O acordo, que marca o fim de 25 anos de negociações, é considerado uma grande vitória para o Brasil e seus parceiros no Mercosul – Argentina, Uruguai e Paraguai. A cerimônia de anúncio foi realizada em Montevidéu, com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os presidentes dos quatro países membros do bloco.

Impactos econômicos e setoriais

A análise do governo federal aponta para um impacto substancial nas exportações e importações do Brasil. Em 2044, o acordo poderá impulsionar as exportações brasileiras em 2,65%, o que representa um aumento de 52,1 bilhões de reais. Já as importações devem crescer 2,46%, totalizando 42,1 bilhões de reais.

Os dados detalham ainda o impacto setorial do acordo. Alckmin mencionou um estudo prévio que prevê uma elevação de 6,7% nas exportações do Brasil para a União Europeia no setor agrícola, 14,8% no setor de serviços e 26,6% na indústria de transformação.

“Este acordo abre grandes portas para os setores de alta tecnologia, serviços e produtos agrícolas, o que representa um avanço estratégico para o Brasil no mercado global”.

complementou o vice-presidente.

Além disso, o acordo poderá estimular investimentos no país em 0,76%, conforme estimativas do governo. O impacto também será sentido no mercado de trabalho, com a expectativa de um aumento de 0,42% nos salários reais e uma redução de 0,56% nos preços ao consumidor, o que ajudaria a controlar a inflação.

Liderança de Lula e desafios na Ratificação

O vice-presidente Alckmin não deixou de reconhecer o papel crucial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações, destacando sua liderança como fator determinante para o sucesso do acordo. “Se não fosse Lula o presidente do Brasil, dificilmente esse acordo teria saído”, afirmou.

Entretanto, o caminho para a implementação do tratado não está livre de obstáculos. Apesar da conclusão das negociações, o acordo precisa passar por um longo processo de legalização, tradução e aprovação pelos países membros. A França, principal opositor dentro da União Europeia, poderá dificultar a ratificação, o que poderá atrasar a entrada em vigor do tratado.

Alckmin afirmou que os termos do acordo são definitivos e que, mesmo diante de discordâncias de alguns países, não há possibilidade de modificação. “Na realidade, os termos do acordo estão acertados. Então, um país que, por acaso, tenha divergência, não pode mais alterar os termos do acordo que foi celebrado”, enfatizou.