Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização referentes ao quarto trimestre de 2021, 15,6% dos pontos/milhas expiraram. Venda é uma das alternativas para não perder as milhas e ainda gerar renda extra.
Muitos consumidores pensam que milhas aéreas são apenas uma bonificação pelo uso do serviço de uma companhia, mas não é bem assim. O oferecimento de milhas (pelos programas de fidelidade) ou pontos (pelos bancos e operadoras de cartão) representam um modelo de negócio bastante lucrativo para as empresas.
Os programas de fidelidade vendem as milhas e pontos para as companhias aéreas, bancos e varejo. Quando os clientes dessas empresas adquirem seus produtos e serviços, tais pontos e milhas são transferidos ao usuário, mas sempre mediante cobrança de taxas e sobrepreços não necessariamente percebidos, por serem muitas vezes embutidos no valor final do produto comprado. Por isso, se as milhas são adquiridas pelo consumidor, devem ser consideradas um bem e podem ser usadas de diversas formas, desde a troca por passagens e produtos, ou até mesmo sua venda, gerando renda extra.
Segundo dados mais recentes da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), 97,1 bilhões de pontos/milhas foram emitidos no quarto trimestre de 2021, sendo que apenas 4,8% foram adquiridos pelas companhias aéreas para uso de seus clientes frequentes. Os bancos e o varejo foram responsáveis pela aquisição de 95,2% dos pontos/milhas emitidos pelos programas de fidelidade.
Já o percentual de pontos e milhas expirados subiu 1,2% no último trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 2020, saltando de 14,4% para 15,6%. Na prática, os pontos e milhas expirados representam dinheiro jogado fora, uma vez que eles foram pagos direta ou indiretamente pelos clientes.
CONSUMIDOR PAGA PELAS MILHAS E PONTOS – As milhas são sempre cobradas do cliente que as acumula, seja através de taxas para uso dos cartões de crédito, de valor embutido nos preços de bens e serviços adquiridos, inclusive das passagens aéreas, ou mesmo pela compra de milhas ou assinatura de clube dos programas de fidelidade.
No cartão de crédito, os pontos/milhas são fornecidos como forma de estimular as compras por esse meio, mas seus custos estão inseridos nas taxas cobradas pelos bancos — repare que os cartões com melhores taxas de conversão de pontos são justamente aqueles com anuidade mais cara ou que exigem valores mínimos de consumo mais alto.
As companhias aéreas também cobram, de forma indireta, pelas milhas que são “distribuídas” aos clientes viajantes — não à toa as tarifas mais altas são aquelas que oferecem mais milhas.
Os próprios programas de fidelidade das companhias aéreas comercializam e atribuem valor às milhas ao vender pacotes de assinatura ou mesmo lotes de milhas. Essas empresas também chegam a oferecer vantagens na conversão de pontos do cartão para milhas. Quando o consumidor solicita essa transferência, os bancos ou emissores dos cartões têm que comprar as milhas que seriam convertidas para o cliente, gerando receita, além de passar o controle (inclusive sobre a validade das milhas) para o programa.
Sendo assim, o consumidor sempre estará pagando pelos pontos ou milhas e deve ter o direito de escolher como melhor utilizá-los, além de poder ter acesso às melhores informações que o ajudem nesse processo de decisão.
O QUE FAZER COM MILHAS ACUMULADAS – Muitos brasileiros deixam escorrer pelo ralo esse bem por não acompanharem de perto a gestão de seus pontos e milhas. Muita gente também acredita que a única forma de os utilizar é através do resgate de passagens e produtos. Contudo, as milhas aéreas podem ser vendidas e transformadas em dinheiro vivo, que volta para o bolso do consumidor.
Quem explica é Rafael Palácio, gerente de negócios da MaxMilhas, travel tech pioneira na intermediação de venda de milhas no Brasil. De acordo com o especialista, a venda de milhas é uma excelente opção. “Além de não deixar que elas expirem, o consumidor que vende suas milhas recebe o valor em dinheiro, o que pode contribuir para pagar contas, fazer investimentos, comprar itens e serviços ou usar em algum outro momento. Isso ainda ajuda outras pessoas, que não têm milhas, a fazerem viagens mais baratas”, afirma Rafael Palácio.
Porém, quem tem pontos/milhas acumulados e se interessa por essa alternativa deve verificar se a empresa que faz a intermediação é confiável, investe em segurança de dados e oferece suporte ao cliente. Há 9 anos a MaxMilhas inaugurou esse mercado e de lá pra cá já foram intermediadas mais de 80 bilhões de milhas dentro da plataforma, possibilitando mais de 8 milhões de embarques com tarifas promocionais.
O site da travel tech também permite fazer uma cotação e calcular o valor médio do lote de 10.000 milhas para que o consumidor avalie a melhor estratégia de uso delas. Uma vez que o consumidor pagou pelas milhas acumuladas, seu direito de escolher como usá-las da melhor maneira deve ser protegido pelo Código de Defesa do Consumidor. Inclusive, não existe nenhuma lei que proíba a venda de milhas.