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Mineradora brasileira de metais raros estreia faz IPO na Austrália

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

A Brazilian Rare Earths, uma mineradora brasileira de terras raras em estágio pré-operacional, deu um passo significativo ao precificar seu IPO na Bolsa da Austrália. Esta operação visa financiar a exploração de suas minas em um momento em que o mercado de terras raras ganha crescente importância geopolítica. O IPO foi fixado em 1,47 dólar australiano (AUD) por ação, o topo da faixa indicativa, com a Canaccord Genuity, banco de investimentos canadense especializado em mineração, coordenando a oferta.

Com o IPO, a Brazilian Rare Earths almeja levantar AU$ 50 milhões, conferindo à empresa uma avaliação de AU$ 315 milhões (aproximadamente R$ 900 milhões, conforme a taxa de câmbio atual). Fundada em 2021 por Bernardo da Veiga, brasileiro com experiência no setor de mineração, a empresa ganhou destaque ao atrair investidores de peso, incluindo Gina Rinehart, a mulher mais rica da Austrália e uma das principais investidoras globais em mineração.

Participação acionária Pós-IPO: mudanças significativas na estrutura de capital

Após o IPO, espera-se uma alteração na estrutura acionária. A participação do fundador e da gestão, que atualmente é de 91%, deverá reduzir para cerca de 60% do capital. Gina Rinehart manterá 6%, acompanhando a oferta, enquanto o free float, representando a parcela disponível para negociação no mercado, ficará em torno de 16%.

Posteriormente, a Brazilian Rare Earths detém a concessão para explorar terras raras em uma área de mais de 460 quilômetros quadrados no Nordeste do Brasil. A empresa planeja operar focando na extração de argilas iônicas, uma forma de argila contendo íons de terras raras. Este enfoque estratégico reflete a crescente demanda por terras raras, essenciais para produtos como equipamentos de geração de energia renovável, smartphones, cabos, super-ímãs, baterias de longa duração e foguetes.

Destinação dos recursos do IPO: impulsionando a exploração e adquirindo mais terras

Do montante levantado no IPO, metade será para acelerar a exploração das terras, com a meta de iniciar a extração das argilas iônicas em 2026. Assim, outra parte será destinada à aquisição de mais terras, e o restante será alocado como capital de giro.

O IPO da Brazilian Rare Earths ocorre em meio a um cenário global em que o mercado de mineração de metais raros está em ascensão. Investidores buscam ativos que se beneficiem da transição energética e minimizem o risco geopolítico. Com 80% da produção mundial de terras raras vindo da China, a busca por alternativas tem impulsionado a corrida global por esses recursos. O Brasil, com a terceira maior reserva de terras raras do mundo, torna-se um dos beneficiários desse movimento.

Perspectivas futuras: Brasil como alternativa global para terras raras

Dessa forma, com o Brasil sendo considerado um país neutro, fora das disputas entre China e Ocidente, o país pode emergir como uma alternativa vital para suprir a crescente demanda global por terras raras. Assim, a exploração e produção desses elementos estratégicos ganham relevância não apenas como um investimento lucrativo, mas também como uma contribuição significativa para a diversificação da oferta global.

Portanto, o IPO da Brazilian Rare Earths representa um marco importante, posicionando a empresa na vanguarda da exploração estratégica de terras raras. Afinal, à medida que a demanda por esses elementos essenciais cresce, a empresa está bem posicionada para desempenhar um papel crucial na oferta global.

O que é IPO? Veja esse guia completo explicando esse termo

No mercado financeiro existe um termo que chama IPO e que serve para indicar um ingresso na bolsa de valores. Dessa forma, as empresas que pretendem vender ações devem realizar uma oferta inicial.

Assim, é importante que os investidores conheçam e entendam como é realizado o funcionamento desse conceito. Então vamos saber mais sobre o assunto e verificar informações a respeito do IPO.

Definição de IPO

Basicamente um IPO significa uma Oferta Pública Inicial (Initial Public Offering) que uma empresa faz na bolsa de valores. Desse modo, as ações da mesma poderão ser negociadas pelos investidores no mercado acionário.

Assim, qualquer pessoa que atue na bolsa de valores pode comprar pequenas partes desses ativos. Além disso, o mesmo poderá se tornar um sócio, já que ingressará na Sociedade Anônima da companhia.

Contudo, esse processo ocorrerá apenas uma vez no mercado, sendo diferente do follow-up que permite incluir novas ações. De fato, esse processo é de grande valia para as empresas que precisam captar dinheiro.

Quais são os objetivos de um IPO?

Sem dúvida, esse IPO visa a captação de dinheiro e esse se torna o principal objetivo. Pois, será possível conseguir investimentos em um período de curto prazo, sendo então de grande importância.

Entretanto, para fazer esse IPO a companhia terá de manter um tipo de negócios que seja estável e seguro. Por certo, a imagem da mesma no mercado ficará muito melhor e com mais transparência.

Algumas das aplicações que podem ser feitas com esses ganhos são:

  • Novos projetos ou mesmo investimentos;
  • Liquidez em uma futura venda;
  • Finanças reestruturadas;
  • Marca mais conhecida e consolidada no mercado.

Método de funcionamento de um IPO

Embora pareça ser algo simples, um IPO poderá demorar bastante tempo para ter seu lançamento na bolsa. Geralmente será necessário cerca de 1 ano e os custos podem chegar na faixa dos R$ 2 milhões.

Assim, muitas vezes se torna necessário até mesmo a criação de uma nova equipe só para administrar o IPO. Além disso, não se pode esquecer do registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Pois, ele é quem atua como órgão de regularização e permite a realização desse IPO no mercado financeiro. Nesse sentido, será preciso a concessão de autorizações tanto para listar na bolsa quanto para vender as ações.

Resumidamente o processo será feito do seguinte modo:

  • O prospecto dessa oferta é montado;
  • São organizados todos os dados necessários;
  • Isso demonstrará informações da empresa, riscos e até mesmo sua situação atual;
  • É feita essa transferência de todos os documentos e contratos para a Sociedade Anônima;
  • A companhia ingressa na bolsa de valores;
  • O prospecto é enviado ao CVM;
  • É divulgado o lançamento ao público.

Quais são as vantagens de um IPO na bolsa de valores?

Uma das grandes vantagens é que o investidor e a empresa sairão ganhando com esse lançamento do IPO. Para a companhia os valores captados ajudam no crescimento dos seus negócios e auxilia nos projetos futuros.

Dessa maneira, será possível consolidar a marca e ainda buscar profissionais que possam agregar na empresa. Enquanto que o investidor acionista ganhará lucros mediante o desempenho da mesma no mercado.

Além disso, a carteira do mesmo poderá apresentar uma diversificação bem maior e trazer vantagens. Vale lembrar que esse novo investimento poderá trazer otimismo e chamar a atenção dos atuantes da bolsa.

Quais são as desvantagens de um IPO

Embora pareça um processo muito bom, o IPO poderá apresentar certas desvantagens ao ter sua aplicação no mercado. Então, os principais pontos que podem ser observados são:

  • Burocracia e gastos altos;
  • Maior diversificação no Conselho de Administração, diminuindo o controle dos líderes;
  • Regulamentação feita pela CVM e maior rigidez;
  • Informações de resultados, operações e finanças se tornam públicas.

Aos investidores o principal empecilho é que as análises podem ser mais complexas por a empresa ser nova. Com isso, os riscos apresentados podem ser maiores, já que não há histórico da mesma na bolsa.

Enquanto que a precificação é outro problema e não será possível se isso estar correto ou não. De fato, a volatilidade do mercado pode complicar um pouco e trazer ganhos ou mesmo prejuízos.

Passos para conseguir investir em algum IPO do mercado

A fim de facilitar o entendimento do investidor, vamos verificar os passos para se investir no IPO:

  • O mesmo deverá criar uma conta em uma corretora;
  • Escolher qual empresa pretende investir;
  • Efetua a reserva das suas ações;
  • É estabelecido o preço total ao investidor;
  • A demanda maior é verificada;
  • São feitas as negociações.

Investir em um IPO vale a pena?

Sem dúvida, esse tipo de processo é bastante vantajoso ao mercado e a todos os interessados. Assim, a empresa irá captar dinheiro e terá novos sócios agregados na companhia.

De fato, se as ações tiverem valores baixos inicialmente, poderá chegar a um patamar mais elevado no futuro. Embora, existam certos riscos no mercado e na bolsa de valores esse processo pode ser de grande valia.

Então, o ideal para quem pretende investir em um IPO é avaliar seu perfil de investidor e conhecer as empresas. Assim, será possível obter lucros caso a companhia venha a crescer no futuro.

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