Líder do Ibovespa

Nada de Petrobras: Petroleira dá show na Bolsa e rende 7.000% em uma década

Em dez anos, papéis da empresa acumularam mais de 7.300% de valorização, superando todas as ações do índice

Nada de Petrobras: Petroleira dá show na Bolsa e rende 7.000% em uma década Nada de Petrobras: Petroleira dá show na Bolsa e rende 7.000% em uma década Nada de Petrobras: Petroleira dá show na Bolsa e rende 7.000% em uma década Nada de Petrobras: Petroleira dá show na Bolsa e rende 7.000% em uma década
Crédito: Depositphotos
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  • A Prio valorizou 7.381,83% em dez anos, liderando o Ibovespa.
  • Lucro saltou de prejuízo para R$ 2 bilhões com foco em ativos maduros.
  • Produção deve dobrar em 2026, com potencial para forte geração de caixa.

A Prio (PRIO3) surpreendeu o mercado e conquistou o topo do ranking de ações mais lucrativas da B3. Em uma década, a petroleira superou nomes tradicionais, como a Petrobras, e entregou aos acionistas um retorno impressionante de mais de 7.300%.

Rentabilidade extraordinária mesmo com Selic alta

Mesmo em meio a um cenário de juros elevados, a Prio mostrou que consegue entregar resultados consistentes. Com a Selic chegando a 14,75%o maior nível desde 2006 —, muitos investimentos perderam atratividade. No entanto, a petroleira manteve-se como uma opção sólida na bolsa.

Segundo levantamento da ComDinheiro-Nelogica, os papéis da Prio valorizaram 7.381,83% entre abril de 2015 e abril de 2025. O dado inclui tanto a alta da ação quanto o pagamento de dividendos no período. Para comparação, o CDI teve retorno de apenas 143,91%, enquanto a Weg (WEGE3), segunda colocada no ranking, ficou cerca de 6.900 pontos percentuais atrás.

Esse resultado mostra que o desempenho da Prio está muito acima da média do mercado, superando até ativos tradicionais de renda fixa. Além disso, reforça como a empresa se consolidou como uma potência entre as petroleiras brasileiras.

Estratégia certeira garante lucro e crescimento

De acordo com Fábio Sobreira, analista da Rocha Opções de Investimentos, o sucesso da Prio tem relação direta com sua estratégia. “A empresa focou na compra de ativos maduros e na redução de custos operacionais. Isso fez toda a diferença nos últimos anos”, explica.

A aquisição de campos da Petrobras permitiu à empresa aumentar sua base de produção e reservas. Como resultado, o lucro passou de um prejuízo de R$ 53,5 milhões no primeiro trimestre de 2015 para R$ 2 bilhões no início de 2025 — um salto de mais de 3.800%.

Além disso, o preço das ações acompanhou esse crescimento. A valorização superou 80 vezes em dez anos, com uma média de retorno anual de 56,53%. Para se ter ideia, se o ritmo fosse mantido, bastaria investir R$ 46,27 por mês para conquistar uma renda passiva de R$ 5 mil até 2035.

Futuro promissor, mas com crescimento moderado

Embora o desempenho passado impressione, os analistas são cautelosos quanto à repetição desse crescimento nos próximos anos. A Prio já vale R$ 35 bilhões. Para repetir o desempenho da década, teria que atingir R$ 3 trilhões — valor quase oito vezes superior ao da Petrobras.

Mesmo assim, a empresa ainda é considerada atrativa. “O P/L da Prio permite distribuir até 31,8% em dividendos, se repassasse 100% do lucro. É um número muito expressivo”, diz Sobreira.

Além disso, Bruce Barbosa, da Nord Investimentos, acrescenta que a Prio amadureceu seus processos e ganhou eficiência na extração de petróleo, o que reduziu os riscos operacionais. Além disso, dois novos campos de produção entrarão em operação ainda este ano, com capacidade de 100 mil barris por dia.

Atualmente, a Prio produz 108 mil barris. Portanto, sua produção pode praticamente dobrar, o que torna 2026 um ano promissor em geração de caixa. “Ela tem tudo para se tornar uma grande pagadora de dividendos”, afirma Barbosa.

Projeções indicam espaço para valorização

Marco Saravalle, analista da BM&C e colunista do E-Investidor, acredita que a empresa ainda pode triplicar seu valor de mercado. Ele se baseia em estimativas conservadoras de fluxo de caixa livre, que podem superar R$ 7 bilhões anuais em 2026 e 2027.

Para ele, a Prio reúne três pilares essenciais: crescimento de produção, eficiência operacional e disciplina financeira. Em maio, as ações da Prio subiram 16,29%. No acumulado do ano, porém, ainda caem 2,54%.

Além disso, o cenário externo favorece a empresa. Caso o preço do barril de petróleo permaneça estável ou volte a subir, a geração de receita tende a crescer. Isso reforça o potencial da Prio como destaque entre as ações de energia na bolsa brasileira.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.