
- Banco Central propõe proibição do uso de “bank” por empresas que não têm autorização como banco
- Nubank pode ter que mudar de nome, mas não corre risco de fechar
- Gigantes como Itaú e Bradesco pressionam por regras mais rígidas após perda de mercado para fintechs
O Nubank não vai fechar — mas pode ter que mudar de nome. A onda de rumores e fake news sobre o encerramento da fintech voltou a ganhar força nas redes sociais nos últimos dias. Isto, após o Banco Central (BC) anunciar uma proposta de nova regulação sobre a denominação das instituições financeiras autorizadas a operar no país.
O texto da proposta, atualmente em consulta pública até o dia 31 de maio, estabelece que apenas instituições oficialmente autorizadas como “banco” poderão usar esse termo em seus nomes (seja em português ou em qualquer outro idioma). Assim, fintechs que operam como instituições de pagamento, como é o caso do Nubank, não poderiam continuar utilizando o termo “bank” em sua marca.
A medida foi justificada pelo BC como uma forma de evitar confusões entre os consumidores sobre o tipo de autorização e serviço que cada empresa pode oferecer.
Segundo a minuta da resolução, será vedado o uso de termos que sugiram, por semelhança fonética ou morfológica, atividades que a empresa não está legalmente habilitada a exercer, mesmo que a marca já esteja consolidada no mercado.
Nubank é banco? Não — e isso não é um problema
Apesar do nome, o Nubank não é formalmente um banco. O Banco Central classifica o Nubank como instituição de pagamento, sem autorização para oferecer saques e depósitos em agências físicas.
Por outro lado, isso não compromete em nada sua operação, que segue em plena expansão. O Nubank ultrapassou recentemente o Itaú em número de clientes, alcançando mais de 100 milhões de usuários. E ainda, se tornou o terceiro maior do Brasil nesse critério, atrás apenas da Caixa Econômica Federal (154 milhões) e do Bradesco (109 milhões). Isso representa um avanço avassalador sobre os “bancões” tradicionais, que perderam espaço para as fintechs nos últimos anos.
Os gigantes estão incomodados
Especialistas apontam que a proposta do BC ecoa pressões de grandes bancos que perderam fatias de mercado para as fintechs, como Nubank, PicPay e Mercado Pago. A medida, se aprovada, obrigaria essas empresas a realizar uma revisão completa de suas marcas e estratégias de comunicação.Contudo, o que pode representar alto custo e impacto comercial.
A proposta caiu como combustível para teorias conspiratórias nas redes sociais. Vídeos, textos e postagens sobre o suposto “fim” do Nubank começaram a aparecer entre os termos mais buscados no Google. Dessa forma, alimentando dúvidas sobre a continuidade da empresa. Porém, não há qualquer indício de que o Nubank esteja em risco de encerrar suas atividades. A fintech segue sólida, operando sob as normas do BC e com capital aberto na Bolsa de Nova York.
A consulta pública segue aberta até 31 de maio, e qualquer cidadão pode enviar sugestões sobre o conteúdo da resolução que o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional pretendem aprovar. Até lá, o Nubank continua operando normalmente — nome incluso.