
- Fundos do BTG compraram 18,3 milhões de BDRs do Inter, passando a deter uma participação relevante na empresa, conforme comunicado desta terça-feira (15).
- Do total adquirido, 13,4 milhões de BDRs estão atreladas a operações de hedge vinculadas a contratos de swap firmados por clientes do BTG
- A entrada do BTG no capital do Inter reforça o interesse de grandes instituições no setor digital e pode aumentar a visibilidade e a confiança dos investidores na companhia
O grupo financeiro Inter comunicou nesta terça-feira (15) que fundos do BTG Pactual realizaram a compra de ações da companhia, alcançando uma participação significativa de aproximadamente 5,69% no capital total.
A operação marca um movimento estratégico relevante por parte do BTG, que continua ampliando sua presença entre os principais players do setor financeiro brasileiro.
A transação corresponde a 18.369.952 BDRs (Brazilian Depositary Receipts) do Inter, conforme informado pela companhia ao mercado. Desse total, uma parcela de 13.420.000 BDRs está atrelada a operações de hedge associadas a contratos de swap firmados por clientes do BTG.
A aquisição indica tanto uma aposta direta no desempenho do Inter quanto um suporte indireto a estruturas financeiras montadas por clientes do banco.
BTG amplia exposição no Inter e reforça estratégia
A entrada do BTG Pactual como acionista relevante do Inter sinaliza um interesse estratégico no modelo de negócios da companhia, que atua como um banco digital e plataforma de serviços financeiros integrados.
Com a nova participação, o BTG se aproxima dos principais detentores de ações da instituição, reforçando sua posição no competitivo ambiente das fintechs e dos bancos digitais.
A compra de quase 18,4 milhões de BDRs representa um movimento expressivo. Especialmente, em um momento em que o Inter busca consolidar seu crescimento e diversificar suas fontes de receita.
Ao atingir uma fatia de 5,69%, os fundos do BTG ultrapassam o limite mínimo para divulgação obrigatória de participação relevante, conforme as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Isso significa que o banco tem agora maior influência nas decisões estratégicas da companhia, ainda que não detenha controle direto.
Especialistas avaliam que o interesse do BTG pelo Inter também pode estar relacionado à busca por sinergias no ecossistema financeiro. Bem como à possibilidade de obter retorno financeiro a médio e longo prazos, diante da potencial valorização dos ativos digitais do Inter.
Parte da operação está ligada a hedge para clientes
Embora a operação tenha chamado atenção pela dimensão da participação, o Inter esclareceu que a maior parte das BDRs adquiridas (cerca de 13,4 milhões) está vinculada a estratégias de hedge relacionadas a contratos de swap de clientes do BTG. Esse tipo de operação é comum no mercado financeiro e visa proteger posições de risco associadas à variação de ativos ou moedas.
Esses instrumentos funcionam como garantias ou lastros para assegurar a estabilidade dos contratos financeiros. Com isso, o BTG não apenas investe diretamente no Inter, mas também viabiliza operações para sua base de clientes, o que reforça sua atuação como uma instituição que oferece soluções sofisticadas de gestão de risco.
Ainda que essa parcela da participação não reflita uma intenção de controle ou interferência na gestão do Inter, ela confere ao BTG maior exposição à performance da companhia e fortalece os laços financeiros entre as duas instituições.
Mercado acompanha impacto da operação nas ações
Após o anúncio da aquisição, investidores e analistas passaram a monitorar mais de perto os desdobramentos da nova composição acionária do Inter.
A entrada de um player do porte do BTG Pactual tende a trazer maior visibilidade à empresa. Ainda, além de elevar a confiança do mercado sobre a estabilidade e o potencial de crescimento da companhia.
A expectativa é que o movimento possa influenciar positivamente a percepção de valor do Inter, tanto entre acionistas quanto no mercado em geral. Além disso, analistas avaliam que o reforço no quadro de investidores pode abrir espaço para novas parcerias. Também como joint ventures ou até mesmo acordos estratégicos em áreas complementares. Ainda, como gestão de ativos e serviços bancários digitais.
Em resumo, a aquisição de ações do Inter pelos fundos do BTG Pactual marca um novo capítulo na trajetória da empresa e reafirma o interesse contínuo de grandes instituições no setor financeiro digital.
A operação também mostra como os bancos tradicionais têm buscado se posicionar de forma mais ativa frente à transformação digital. Além das novas demandas do mercado.