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O que fez a inflação subir em maio? Remédios e conta de luz pressionam IPCA-15

Índice subiu 0,36% no mês, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Crédito: Depositphotos
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O custo de vida do brasileiro seguiu em alta em maio, mas em ritmo mais moderado. A prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), subiu 0,36% no mês, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado de 12 meses, a inflação desacelerou de 5,49% para 5,40%, indicando uma leve trégua, mas ainda acima do centro da meta de inflação do Banco Central.

Ainda assim, a pergunta que fica é: o que fez a inflação subir neste mês?

Vestuário: o figurino mais salgado

A liderança do ranking de alta em maio foi do grupo Vestuário, com uma elevação de 0,92%.

Com as trocas de estação e o Dia das Mães, a demanda por roupas e acessórios subiu, o que tradicionalmente aquece os preços no setor. Além disso, custos logísticos e insumos importados ainda exercem pressão sobre os preços.

Saúde e remédios: a dose veio com reajuste

Na sequência, aparece o grupo Saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,91%, puxado principalmente pelo reajuste dos medicamentos, autorizado pelo governo em 31 de março.

Farmácias ajustaram suas tabelas nas semanas seguintes, e os impactos foram sentidos com mais força agora, em maio. Produtos de higiene pessoal também contribuíram com a alta.

Habitação: energia mais cara com bandeira amarela

Outro vilão do mês foi o grupo Habitação, que teve alta de 0,67%. O destaque aqui foi a conta de luz: com a volta da bandeira amarela, que encarece a energia elétrica, o consumidor sentiu no bolso os efeitos da redução das chuvas e da menor geração hidrelétrica, que encarece o uso de outras fontes de energia.

Transporte: alívio aéreo

Por outro lado, o grupo Transportes ajudou a aliviar um pouco a inflação. Registrou queda de 0,29%, graças a uma forte retração de 11,18% nas passagens aéreas — após uma disparada nos meses anteriores.

Além disso, houve redução nas tarifas de ônibus urbanos em algumas capitais, o que ajudou a puxar o índice geral para baixo.

Inflação mais comportada, mas ainda longe do ideal

Embora o índice tenha desacelerado frente aos 0,43% de abril, os preços seguem pressionados em algumas categorias sensíveis ao consumidor.

No ano, o IPCA-15 já acumula alta de 2,80%, o que acende o alerta para o segundo semestre, quando fatores sazonais e fiscais podem reaquecer os preços.

Com isso, o mercado e o Banco Central permanecem em modo cautela, monitorando os desdobramentos para decidir os próximos passos da política de juros.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.