Guerra das redes

OpenAI planeja rede social rival da X e aquece disputa no mercado digital

Protótipo interno com feed social e geração de imagens já circula e objetivo é integrar IA com experiência social interativa.

Sam Altman - Reprodução: Startup Life
Sam Altman - Reprodução: Startup Life
  • Protótipo inicial já circula internamente com feed social e foco em imagens criadas por IA
  • CEO da OpenAI busca opiniões externas e pode lançar app que rivaliza diretamente com a X
  • OpenAI entra em um cenário já disputado por Meta, Bluesky e plataformas descentralizadas

A OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT e uma das empresas mais influentes do setor de inteligência artificial, iniciou o desenvolvimento de sua própria rede social com funcionalidades semelhantes à da X (antigo Twitter).

A informação foi divulgada pelo site The Verge, que cita fontes próximas ao projeto. Ainda em fase inicial, o projeto já conta com um protótipo interno que integra geração de imagens com um feed social dinâmico. Assim, sinalizando que a empresa quer se posicionar além das fronteiras da IA conversacional.

Segundo as fontes ouvidas pelo Verge, o CEO da OpenAI, Sam Altman, está pessoalmente envolvido no processo e tem solicitado a opinião de pessoas de fora da organização sobre os rumos do novo produto.

No entanto, ainda não está claro se a nova rede social será um aplicativo autônomo ou uma funcionalidade adicional dentro do próprio ChatGPT. Ao ser questionada pela Reuters, a OpenAI optou por não comentar o assunto.

OpenAI mira novo território e desafia redes sociais

Ao expandir seu portfólio para o universo das redes sociais, a OpenAI se posiciona como concorrente direta da X, controlada por Elon Musk.

A plataforma X, adquirida por Musk em 2022, passou por uma reestruturação completa e agora aposta em recursos como transmissões ao vivo, monetização de criadores e integração com serviços de pagamentos. Com isso, Musk busca transformar a X em um “super app”, inspirado no modelo do WeChat chinês.

A eventual entrada da OpenAI neste mercado pode ameaçar esse plano. Sam Altman e Elon Musk já têm histórico de tensões. Musk foi cofundador da OpenAI, mas deixou a organização em 2018 após desentendimentos sobre a direção estratégica da empresa.

Em 2023, Musk chegou a processar a OpenAI por, segundo ele, “abandonar sua missão original de ser uma entidade sem fins lucrativos voltada ao benefício da humanidade”.

A possível criação de uma rede social pela OpenAI aprofunda essa disputa e amplia o leque de empresas de tecnologia que tentam capitalizar sobre a crise de confiança enfrentada por redes sociais tradicionais, como X e Facebook, envolvidas em polêmicas sobre moderação de conteúdo, desinformação e perda de usuários.

Protótipo já integra feed social com IA generativa

O protótipo em teste na OpenAI tem como base a tecnologia de geração de imagens do ChatGPT e, segundo o Verge, apresenta um feed onde os usuários podem compartilhar criações e interagir em um ambiente visualmente rico.

Isso representa uma abordagem distinta da X, que ainda se concentra majoritariamente em texto, embora venha tentando expandir suas funcionalidades.

A possível integração entre um feed social e as capacidades do GPT-4 ou GPT-5 pode criar um diferencial competitivo para a OpenAI, colocando a criatividade gerada por IA no centro da experiência social.

A empresa também tem investido fortemente na evolução de seus modelos de linguagem e de geração visual (como o DALL·E). E, contudo, já os disponibiliza no ChatGPT Plus.

Essa integração entre geração de conteúdo e socialização pode resultar em uma plataforma altamente personalizada e interativa. Dessa forma, com grande apelo para usuários criadores, artistas e até marcas.

O movimento ecoa tendências já adotadas por empresas como Meta (Facebook e Instagram), que vêm incorporando IA em suas ferramentas de edição e recomendação de conteúdo.

Concorrência com big techs e redes descentralizadas

A entrada da OpenAI no mercado de redes sociais ocorre em um momento em que diversas alternativas à X estão ganhando tração.

Aplicativos como Threads (da Meta), Bluesky (com apoio inicial de Jack Dorsey, ex-Twitter), Mastodon e Nostr têm conquistado públicos específicos. Cada um com propostas diferentes, que vão desde maior privacidade até redes descentralizadas.

Ao mesmo tempo, a Microsoft (principal investidora da OpenAI) pode ter interesse estratégico nesse projeto. Embora não haja confirmação oficial de seu envolvimento, a criação de uma rede social baseada em IA pode fortalecer o ecossistema Microsoft. Assim, integrando-a a ferramentas como Bing, Edge ou até ao pacote Office.

Ainda é cedo para saber como e quando a OpenAI lançará essa plataforma. Mas, com o avanço dos testes internos e o envolvimento direto de Sam Altman, o mercado já observa com atenção o potencial impacto dessa nova investida.

A era das redes sociais geridas por inteligência artificial está apenas começando e a OpenAI quer estar na linha de frente.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.