
- A Petrobras analisa a cada 15 dias o comportamento do dólar e do petróleo para decidir sobre possíveis ajustes nos preços dos combustíveis
- A presidente Magda Chambriard reforça que a empresa age com cautela para proteger os brasileiros das oscilações internacionais
- Mesmo após a redução de R$ 0,17 em março, o diesel segue 5% acima da paridade internacional, segundo a Abicom
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta quarta-feira (16), durante evento na Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro, que a estatal realiza monitoramento constante dos preços dos combustíveis, especialmente do diesel, com revisões a cada 15 dias.
Ela destacou que a companhia avalia criteriosamente as oscilações do dólar e da cotação internacional do petróleo para tomar decisões que evitem impactos negativos ao consumidor brasileiro.
Segundo Chambriard, o acompanhamento frequente tem como objetivo garantir previsibilidade e segurança ao mercado interno.
“Olhamos os preços de 15 em 15 dias. Toda hora estamos olhando. O preço do combustível faz parte do nosso dia a dia”, afirmou. A executiva ressaltou que o processo de análise é institucionalizado e transparente: “Gosto de dizer que é uma prestação de contas. Não tem nenhum conselheiro que reclama disso. Temos o nosso monitoramento”.
Monitoramento contínuo para decisões responsáveis
Chambriard explicou que a Petrobras adotou uma postura prudente para evitar volatilidade nos preços dos combustíveis. Apesar da recente queda no petróleo e na cotação do dólar, a empresa opta por analisar cuidadosamente o cenário antes de aplicar novos ajustes. Dessa forma, evitando tanto aumentos quanto reduções abruptas.
“Com cuidado, vamos olhando isso. Temos obrigação de olhar isso corriqueiramente”, disse.
A presidente da estatal reforçou o compromisso da Petrobras em proteger os consumidores de instabilidades externas.
A palavra confusão expressa muito o que temos pela frente. Não podemos trazer para o Brasil confusões que não são nossas”, declarou.
Para ela, oscilações frequentes prejudicariam o planejamento dos cidadãos.
“Imagina ter que completar o tanque porque o preço pode subir ou descer. Vamos evitar volatilidade e sobressalto para a sociedade.”
Último corte no diesel ainda não iguala paridade internacional
Em 31 de março, a Petrobras anunciou uma redução de R$ 0,17 por litro no preço do diesel vendido às distribuidoras, uma queda de 4,6%. Ainda assim, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (16) pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o valor do diesel segue cerca de 5% acima da paridade internacional.
A gasolina, por sua vez, mantém sobrepreço de aproximadamente 4% em relação ao mercado externo. Mesmo diante dessas discrepâncias, a estatal segue cautelosa. O contrato do barril de petróleo tipo Brent, com vencimento em junho, apresentava alta de 1,7% na tarde desta quarta-feira, dessa forma, cotado a US$ 65,75. Já o dólar comercial registrava queda de 0,58%, sendo negociado a R$ 5,85.
Esse cenário reforça a importância de uma política de preços sólida e bem estruturada. Assim, capaz de equilibrar a competitividade internacional com a responsabilidade social e econômica no Brasil.
Para Chambriard, manter a previsibilidade é essencial para o bom funcionamento do setor de combustíveis e para o bem-estar do consumidor final.
Estratégia busca equilíbrio dentro do mercado
A estratégia da Petrobras, liderada por Chambriard, visa evitar que a população sofra com as variações bruscas nos preços internacionais, mesmo que isso signifique manter temporariamente os valores acima da paridade de importação.
A política atual representa uma ruptura com a antiga fórmula de alinhamento automático com o mercado externo e busca preservar o poder de compra dos brasileiros sem comprometer a sustentabilidade financeira da companhia.
A fala da presidente reafirma o papel estratégico da Petrobras no controle da inflação e na estabilidade econômica nacional. Ao mesmo tempo, evidencia a tensão constante entre os interesses de mercado e as demandas sociais.
A postura adotada pela estatal sinaliza uma tentativa de conciliar competitividade, soberania energética e proteção ao consumidor em um cenário internacional cada vez mais instável.