Comentários polêmicos

Polêmica: Lula provoca controvérsia ao chamar diretora do FMI de “mulherzinha”

Presidente do Brasil faz comentários polêmicos sobre Kristalina Georgieva, enquanto reforça narrativa de crescimento da economia nacional.

Polêmica: Lula provoca controvérsia ao chamar diretora do FMI de “mulherzinha”
  • Em discurso em São Paulo, Lula chamou a diretora do FMI, Kristalina Georgieva, de “mulherzinha” ao relembrar encontro no G7 de 2023
  • CO presidente também atacou economistas que fazem previsões negativas sobre o Brasil, afirmando que “só falam desgraça”
  • A fala repercutiu mal no cenário internacional e pode tensionar a relação do Brasil com o FMI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou um grande debate nas redes sociais e na imprensa ao fazer um comentário considerado pejorativo e machista sobre a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

A declaração ocorreu durante a abertura da 29ª Feicon e da 100ª edição do Enic (Encontro Internacional da Indústria da Construção) em São Paulo, na última terça-feira (8).

Ao relembrar um encontro com Georgieva durante a cúpula do G7 em 2023, em Hiroshima, Japão, Lula se referiu a ela como uma “mulherzinha”, gerando críticas imediatas ao tom de sua fala.

“Mulherzinha” e previsões erradas

O presidente, ao falar sobre o encontro com Georgieva, não a mencionou nominalmente, mas se referiu a ela de forma depreciativa como “mulherzinha”. Lula recordou que, durante o encontro em Hiroshima, a economista teria afirmado que o Brasil teria um crescimento de apenas 0,8% em 2023.

“Eu encontrei uma mulherzinha, sabe, presidente do FMI, diretora-geral do FMI, que nem me conhecia. ‘Presidente Lula, o Brasil só vai crescer 0,8%’. Eu falei: ‘Você nem me conhece, eu não te conheço. Como você fala isso?’. E a resposta veio no final do ano: o Brasil cresceu 3,2%”, disse o presidente, destacando o crescimento econômico do Brasil no ano passado, que superou as previsões do FMI.

A fala gerou uma onda de reações negativas, principalmente por parte de especialistas em política e relações internacionais, que consideraram o comentário machista e diplomáticamente impróprio.

Georgieva é uma das economistas mais influentes do mundo e tem um papel central na gestão de crises globais. Desde que assumiu a liderança do FMI em 2019, ela foi uma peça-chave na coordenação de ações globais durante a pandemia e na implementação de programas financeiros voltados para a recuperação de países em crise.

O tom de enfrentamento e as críticas

Além de atacar Georgieva, Lula também disparou contra analistas econômicos que, em sua visão, só fazem previsões negativas sobre o Brasil. O presidente afirmou que:

“Está cheio de especialista nesse país; não tem um especialista para dar um palpite bom, é só para dizer desgraça”.

Ele criticou as previsões de crescimento modesto para a economia brasileira em 2024, ressaltando que os mesmos especialistas erraram nas projeções do ano anterior.

Essa crítica aos analistas financeiros reflete o esforço do governo de Lula em defender a solidez e resiliência da economia brasileira, mesmo diante de um cenário internacional difícil.

No entanto, o discurso de confronto pode ser visto como uma tentativa de deslegitimar as previsões negativas. À medida que o país enfrenta desafios como a desaceleração do crescimento global e os efeitos da inflação interna.

Lula tem trabalhado para manter a confiança da população e da classe média, que tem demonstrado apreensão sobre a situação econômica do país.

Possíveis efeitos diplomáticos e relação com o FMI

Apesar do tom combativo, as declarações de Lula podem gerar implicações diplomáticas. Sua fala pode ser vista como um acirramento das tensões entre o governo brasileiro e organizações multilaterais, como o FMI. Especialmente, em um momento em que o governo da Argentina busca negociações de novos aportes financeiros com o Fundo.

A retórica de Lula contra economistas e instituições internacionais pode sinalizar dificuldades para o Brasil em manter boas relações com esses organismos, que têm influência significativa nas finanças globais.

Além disso, o governo Lula parece cada vez mais depender da narrativa de que a economia brasileira está superando desafios. E, buscando, assim, reforçar a confiança interna e, ao mesmo tempo, recuperar sua popularidade.

Isso é crucial, já que o governo tenta manter sua base política unificada e a confiança da classe média. Principalmente olhando para as eleições de 2026.

Esse cenário revela um governo em busca de legitimação econômica, mas também enfrentando resistência tanto interna quanto externa, com tensões em relação a suas políticas econômicas e seu alinhamento com o FMI e outras entidades globais.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ