
Após um período de desgaste, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá sinais de recuperação, segundo a mais recente pesquisa Latam Pulse, realizada pelo instituto AtlasIntel. De acordo com o levantamento divulgado nesta terça-feira (8), o petista agora é aprovado por 47,3% dos brasileiros — o maior patamar registrado em 2025 — após um crescimento de dois pontos percentuais em relação ao mês anterior. Por outro lado, a parcela dos que desaprovam seu governo recuou de 53,7% para 51,8%, mantendo-se maioritária, mas em queda.
O cenário também se reflete na avaliação do governo Lula: 51,2% dos entrevistados consideram a gestão ruim ou péssima, mas o índice apresentou uma leve oscilação para baixo, ainda dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.
Enquanto isso, 41,6% avaliam o mandato como ótimo ou bom, e 7,2% o classificam como regular.
Ao serem questionados sobre os maiores acertos da atual gestão, os brasileiros destacaram benefícios sociais importantes, como a gratuidade para todos os medicamentos e itens do Farmácia Popular e a isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda mensal abaixo de R$ 5 mil.
Já entre os pontos mais criticados estão a cobrança de imposto sobre compras internacionais de até US$ 50 (aproximadamente R$ 300) e a política de cotas de emprego para detentos em regime semiaberto e ex-detentos em licitações públicas.
A pesquisa ouviu 2.621 pessoas por meio de recrutamento digital aleatório entre os dias 27 e 30 de junho e possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Avaliação não mensurou efeito da nova campanha do PT
Essa pesquisa do AtlasIntel não abarcou a nova estratégia da comunicação do governo do presidente Lula, que mudou de tom e agora foca em criar um debate que coloque ricos e pobres em lados opostos.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) vem adotando essa narrativa para fortalecer a imagem de Lula como um “homem forte” na defesa dos interesses da maioria da população, especialmente com iniciativas como a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil.
Especialistas apontam que essa estratégia pode funcionar se o governo conseguir implementar medidas concretas que impactem a elite financeira, como a taxação das grandes fortunas.
Essa nova abordagem discursiva mostra a tentativa do Planalto de resgatar a popularidade do presidente ao mobilizar os setores populares contra os interesses econômicos concentrados, mesmo que o sucesso dessa estratégia dependa da efetividade das ações concretas no campo econômico e fiscal.