Repasse parcial

Preço na bomba frustra: gasolina cai só 0,62% após corte de 5,6% da Petrobras

Apesar do recuo no preço nas refinarias, queda nos postos foi tímida e variação regional foi significativa.

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  • Preço da gasolina caiu só 0,62% na 1ª quinzena de junho, apesar de redução de 5,6% pela Petrobras nas refinarias.
  • Etanol teve baixa ainda menor, de 0,45%, com variações regionais expressivas entre Sudeste, Sul, Norte e Nordeste.
  • Etanol se destaca como opção mais econômica e ambientalmente vantajosa em 11 estados, sobretudo no Centro-Oeste e Norte.

O preço médio da gasolina no Brasil recuou apenas 0,62% na primeira quinzena de junho, passando de R$ 6,43 para R$ 6,39 por litro. A redução acompanha o anúncio da Petrobras, que cortou em 5,6% o preço do combustível nas refinarias desde 3 de junho, equivalente a uma baixa de R$ 0,17 por litro.

No entanto, esse recuo maior na refinaria não foi totalmente repassado ao consumidor final. Conforme o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), a diminuição nas bombas foi muito menor, o que indica uma aplicação parcial do desconto pelas distribuidoras e postos.

O etanol, que concorre diretamente com a gasolina, também apresentou queda, mas ainda mais tímida: o preço médio passou a R$ 4,41, uma redução de apenas 0,45% em relação à primeira quinzena de maio. Para especialistas, essa movimentação revela que o ajuste nos preços dos combustíveis ainda depende de múltiplos fatores locais.

Repasse parcial e fatores regionais

“A queda nas bombas foi bem menor, mostrando que o repasse ao consumidor final ainda é parcial”, explicou a Edenred em comunicado. Essa defasagem costuma ocorrer por causa da dinâmica da cadeia de distribuição, custos regionais e as margens de lucro praticadas pelos postos.

Renato Mascarenhas, diretor de Rede, Operações e Transformação da Edenred Mobilidade, reforçou que a redução anunciada pela Petrobras nem sempre chega integralmente ao consumidor na mesma velocidade. “Há variações regionais e diferentes estratégias comerciais, mas já dá para perceber um movimento de queda nos preços, ainda que tímido.”

As quedas, porém, não foram homogêneas pelo país. A maioria das regiões acompanhou a tendência nacional de recuo, mas com diferenças relevantes em magnitude e preço médio.

Diferenças entre regiões e combustíveis

O Sudeste foi a região com a maior redução do preço do etanol, que caiu 1,61%, atingindo o valor médio mais baixo do país, R$ 4,27 por litro. Já a gasolina teve o maior recuo no Sul, de 1,09%, com preço médio de R$ 6,36.

Por outro lado, o Norte registrou os valores mais altos para os dois combustíveis: R$ 5,21 para o etanol e R$ 6,86 para a gasolina. O Nordeste se destacou negativamente, sendo a única região onde os preços não caíram, apresentando alta de 1,01% para o etanol e estabilidade para a gasolina, que manteve-se em R$ 6,49.

Essas variações mostram como fatores locais, como logística, oferta e demanda, interferem diretamente na formação dos preços.

Etanol: alternativa econômica e ambiental

O IPTL também apontou o etanol como a alternativa mais econômica para o motorista em 11 estados, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte. Isso se deve ao custo-benefício do combustível em relação à gasolina, que em algumas localidades ainda permanece elevado.

Além do aspecto financeiro, o etanol tem ganhado destaque por suas vantagens ambientais. “É importante lembrar que o etanol emite menos poluentes na atmosfera, contribuindo para uma mobilidade de baixo carbono”, ressaltou Mascarenhas.

A substituição do uso da gasolina pelo etanol, quando possível, pode ajudar a reduzir a pegada de carbono dos veículos, alinhando economia com sustentabilidade.

Cenário e perspectivas para o consumidor

Apesar do desconto anunciado pela Petrobras, o repasse aos postos é gradual e depende de fatores econômicos, como o custo de distribuição e a competitividade regional. Dessa forma, os consumidores devem ficar atentos às oscilações locais, que podem demorar a refletir a queda real nos preços.

Especialistas recomendam acompanhar a evolução dos preços nas próximas semanas, especialmente considerando que a Petrobras já vem ajustando os valores nas refinarias desde o início de junho.

Ainda que o repasse seja lento, a tendência é que o movimento de queda se mantenha e, com isso, possa aliviar o custo dos combustíveis para os brasileiros.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.