
- Produção nacional de petróleo e gás cresceu 9,3% em março de 2025, com forte influência do pré-sal.
- Expansão fortalece arrecadação, impulsiona empregos e consolida o Brasil como destino atrativo para investimentos.
- País ganha destaque internacional como fornecedor estratégico em meio à reconfiguração global do setor energético.
A produção brasileira de petróleo e gás natural subiu 9,3% em março de 2025 na comparação anual, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O crescimento, impulsionado principalmente pelos campos do pré-sal, consolida o Brasil como um dos principais players globais na área energética e fortalece o ambiente para investimentos no setor.
Pré-sal lidera alta e garante novo patamar de produção
A produção nacional de petróleo e gás natural alcançou 4,515 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) em março, segundo boletim divulgado pela ANP nesta terça-feira (29). O resultado representa um aumento de 9,3% em relação ao mesmo mês de 2024. Quando comparado a fevereiro deste ano, o avanço foi de 1,2%, o que reforça a consistência do crescimento.
Nesse sentido, os campos do pré-sal, que concentram a maior parte da produção nacional, responderam por 75,7% do volume total produzido no mês. Então, esses poços sozinhos extraíram cerca de 3,42 milhões de boe/d, com destaque para as plataformas localizadas nas Bacias de Santos e Campos, operadas majoritariamente pela Petrobras.
Além disso, a produção de gás natural atingiu 146,39 milhões de metros cúbicos por dia, um crescimento de 4,3% na comparação com março de 2024. Logo, esses números revelam não apenas o avanço tecnológico das operações offshore, como também o amadurecimento do modelo regulatório do setor.
Desse modo, a crescente estabilidade na produção, somada ao volume extraído, tem atraído atenção de grandes investidores e reforçado a imagem do Brasil como alternativa energética confiável no mercado internacional.
Impacto econômico e oportunidades para o setor
A expansão da produção de petróleo e gás no Brasil impacta diretamente o desempenho da economia nacional. Sendo assim, as receitas geradas por royalties e participações especiais crescem à medida que os volumes aumentam, impulsionando a arrecadação de estados e municípios produtores. No acumulado do primeiro trimestre, os repasses já superam R$ 30 bilhões.
Além disso, o aumento na produção fomenta a geração de empregos diretos e indiretos nas regiões costeiras e nos polos industriais relacionados à cadeia de óleo e gás. Segundo estimativas da Firjan, cada R$ 1 bilhão investido no setor pode gerar até 30 mil empregos em áreas como logística, engenharia e manutenção.
Nessa linha, outro ponto positivo é o fortalecimento das empresas nacionais, como a Petrobras e a PRIO, que vêm ampliando sua capacidade produtiva. Com operações mais eficientes e investimento em novos campos, essas companhias tornam-se mais competitivas no mercado global e atraem investidores institucionais e estrangeiros.
Portanto, essa conjuntura cria um ambiente de expectativas positivas para a economia brasileira em 2025, especialmente em áreas que dependem da infraestrutura energética para crescer.
Brasil se firma como potência energética em cenário global
O aumento contínuo da produção ocorre em um contexto internacional de alta demanda por fontes de energia confiáveis, principalmente em razão das incertezas geopolíticas que afetam fornecedores tradicionais, como Rússia e Oriente Médio. Nesse cenário, o Brasil surge como um player estratégico, com estabilidade política, arcabouço regulatório consolidado e capacidade técnica reconhecida.
Além disso, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) projeta que países emergentes com grandes reservas de petróleo e gás, como o Brasil, terão papel central no equilíbrio do mercado energético nos próximos anos. Essa expectativa favorece acordos comerciais, parcerias internacionais e o crescimento das exportações do setor.
Entretanto, especialistas alertam que o país precisa manter o equilíbrio entre expansão energética e responsabilidade ambiental. A diversificação da matriz energética, com foco em fontes renováveis, continuará sendo essencial para garantir a sustentabilidade de longo prazo.
Apesar disso, o resultado de março reforça que o Brasil está cada vez mais consolidado como potência energética, tanto em volume quanto em eficiência operacional.