Produção em queda, vendas em alta: o que está por trás dos números da PRIO em maio

• Produção impactada; Queda de 3,7% em relação a abril, com destaque negativo para Frade e Polvo + TBMT, afetados por falhas técnicas e manutenção.
• Vendas robustas; Recorde de comercialização no ano, com 3,22 milhões de barris vendidos; destaque para Albacora Leste e Peregrino.
• Perspectiva otimista; Retomada das operações deve recuperar parte da produção nos próximos meses, mantendo o ativo PRIO3 em destaque no mercado.

A PRIO S.A. (PRIO3), principal petroleira independente do Brasil, divulgou nesta terça-feira (04) seus dados operacionais preliminares de maio. Apesar das dificuldades técnicas que reduziram a produção, a empresa bateu seu recorde de vendas no ano. O resultado reforça a força da estratégia comercial e logística da companhia em meio a desafios operacionais.

Produção cai, mas empresa age para retomar ritmo

Em maio, a PRIO registrou produção de 99.766 barris de óleo por dia (boepd), queda de 3,7% em relação a abril. Nesse sentido, o campo de Frade teve o pior desempenho, com redução de 13.521 para 12.837 boepd. Assim, a falha no sistema de compressão de gás atrasou a retomada das operações, que estavam parcialmente paralisadas para manutenção programada.

Além disso, a empresa enfrentou problemas no cluster Polvo + TBMT. Os poços TBMT-10H e TBMT-4H interromperam a produção após falhas em suas bombas. Técnicos iniciaram o processo de reparo no fim de abril, com aval do IBAMA, mas os efeitos ainda não se refletiram no volume de maio.

Desse modo, mesmo diante dessas adversidades, a PRIO manteve o controle da situação. Portanto, a empresa coordenou ações emergenciais para mitigar os impactos e iniciou os ajustes necessários para retomar a operação plena nos próximos dias.

Estratégia de vendas garante resultado histórico

Em contraste com a produção, a área comercial da PRIO brilhou. A companhia vendeu 3.228.031 barris de petróleo em maio — o maior volume mensal de 2025. Essa performance elevou o acumulado do ano para mais de 8,3 milhões de barris.

O campo de Albacora Leste liderou as vendas, com 1.395.729 barris, seguido por Peregrino (767.678 barris) e Frade (517.912 barris). Mesmo o cluster Polvo + TBMT, prejudicado na produção, contribuiu com 229.167 barris. Parte dos estoques acumulados nos meses anteriores ajudou a sustentar esse volume de comercialização.

A logística eficiente e o planejamento de exportações permitiram que a PRIO aproveitasse o bom momento do mercado internacional. A alta na demanda asiática, especialmente da China e da Índia, favoreceu os embarques e sustentou preços atrativos.

Investidores mantêm confiança nos ativos da PRIO

Apesar das falhas técnicas pontuais, o mercado financeiro segue confiante na capacidade de recuperação da companhia. Analistas do BTG Pactual e da XP afirmaram que os fundamentos continuam sólidos. A resiliência demonstrada nas vendas indica que a PRIO sabe extrair valor mesmo em cenários de limitação operacional.

A expectativa para junho e julho é de retomada gradual da produção. A finalização dos reparos no campo de Frade e o avanço dos workovers nos poços TBMT devem elevar os volumes extraídos nos próximos relatórios.

Além disso, a empresa mostra comprometimento com práticas ambientais e regulatórias. A rápida liberação do IBAMA para os reparos operacionais reforça esse alinhamento, essencial para garantir estabilidade de longo prazo.

Foco segue na expansão e eficiência

Mesmo com os contratempos, a PRIO não desviou seu foco. A companhia segue firme em sua estratégia de expansão baseada na recuperação de ativos maduros e controle rigoroso de custos. Essa abordagem já garantiu resultados consistentes ao longo do ano.

Além disso, a gestão técnica da empresa se destacou ao reagir de forma ágil às falhas nos campos. Esse tipo de resposta reforça a confiança dos investidores e mostra que a petroleira possui estrutura para lidar com imprevistos.

A combinação de competência técnica, estratégia de vendas e agilidade operacional sustenta o protagonismo da PRIO no setor de óleo e gás. Mesmo em um mês desafiador, a empresa mostrou que sabe transformar crise em oportunidade.