Cautela

Suzano adota postura cautelosa e descarta grandes aquisições

Suzano mantém otimismo em relação ao Projeto Cerrado e revisa capex para 2024

Suzano adota postura cautelosa e descarta grandes aquisições

A Suzano (SUZB3) apresentou suas estratégias para enfrentar os desafios do mercado de celulose de fibra curta durante seu Investor Day, realizado nesta quinta-feira (12). A empresa, uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, traçou um cenário difícil para o setor, destacando a necessidade de se tornar mais competitiva e priorizar a ‘desalavancagem’, sem realizar aquisições estratégicas nos próximos meses.

A revisão do capex para 2024, anunciada na terça-feira (10), elevou os investimentos da companhia de R$ 16,5 bilhões para R$ 17,1 bilhões. Para 2025, a Suzano aprovou um orçamento de capex de R$ 12,4 bilhões, o que representa uma redução de cerca de 27% em relação ao valor projetado para 2024. Esse movimento reflete a adaptação da empresa ao cenário desafiador da celulose de fibra curta, seu principal segmento de atuação.

Em relação às perspectivas do mercado, a Ativa Investimentos apontou que a verticalização das empresas chinesas e o aumento da capacidade de produção devem continuar impactando a utilização plena da capacidade de produção global.

Em resposta, a Suzano destacou que sua estratégia será voltada para a eficiência interna. Outro ponto de confiança para a Suzano é o Projeto Cerrado, que superou as expectativas iniciais e deverá estar totalmente operacional a partir de 2025. A companhia acredita que esse projeto será um diferencial estratégico importante, permitindo maior eficiência na produção e fortalecimento da posição da empresa no mercado global.

A Suzano também anunciou que, em seu processo de ‘desalavancagem’, espera reduzir sua alavancagem financeira para 2,5x nos próximos 12 a 18 meses, frente ao índice atual de 3,1x. A empresa reitera seu compromisso com a gestão financeira rigorosa, buscando a maximização de valor para os acionistas.

A recomendação de compra para as ações da Suzano segue mantida, com preço-alvo de R$ 68, refletindo a confiança do mercado na capacidade de recuperação da empresa frente aos desafios setoriais.

Suzano enfrenta desafios com excesso de oferta e queda na demanda

As empresas chinesas de papel, ao buscarem produzir sua própria celulose, estão diminuindo a demanda pela celulose de fibra curta, principal produto da Suzano. Essa redução, combinada com a oferta crescente de novas fábricas na América do Sul, fará com que a produção global de celulose supere a demanda até 2028, segundo Leonardo Grimaldi, vice-presidente da Suzano. Com isso, novos investimentos em fábricas seriam mais desafiadores. A empresa ainda aposta em oportunidades, com custo de produção baixo e a possibilidade de fusões e aquisições no setor de embalagens nos EUA, mas sem planos de grandes aquisições.