
- táxis-robôs da Tesla começam a rodar em Austin até o fim de junho, segundo Elon Musk.
- Veículos não terão motoristas, mas serão monitorados à distância por funcionários da Tesla.
- Com expansão prevista para Los Angeles e San Francisco, empresa entra de vez na disputa com a Waymo.
O CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou nesta terça-feira (20) que os primeiros táxis-robôs da empresa entrarão em operação nas ruas de Austin, no Texas, até o fim de junho. A declaração foi dada em entrevista exclusiva à CNBC, diretamente da sede da Tesla.
Início controlado, mas com metas ousadas
De acordo com Musk, o serviço começará com uma frota de aproximadamente 10 veículos do modelo Y. Cada carro contará com a nova versão do sistema FSD (Full Self Driving) Unsupervised, que representa um avanço importante em direção à direção totalmente autônoma.
Embora esse número inicial pareça reduzido, Musk explicou que a Tesla poderá ampliar rapidamente a frota para milhares de unidades. Contudo, essa expansão ocorrerá apenas se o lançamento funcionar sem falhas. Por isso, ele reforçou que a empresa optou por começar de maneira prudente para avaliar o desempenho da tecnologia.
A Tesla também planeja levar seus táxis-robôs para Los Angeles e São Francisco em seguida. Com isso, a empresa pretende concorrer diretamente com nomes já consolidados no mercado de transporte autônomo, como a Waymo, subsidiária da Alphabet.
Monitoramento intenso e sem motorista a bordo
Diferentemente de outras companhias, que ainda mantêm motoristas de segurança nos veículos, a Tesla decidiu adotar uma estratégia mais arrojada. Segundo Musk, os táxis-robôs da empresa circularão sem qualquer condutor humano dentro dos carros. Para garantir a segurança, uma equipe de funcionários especializados monitorará os veículos remotamente, observando o comportamento em tempo real.
Além disso, a Tesla aplicará um sistema de geofencing. Com ele, a empresa limitará os trajetos dos táxis-robôs a áreas específicas de Austin. Esse cuidado permite reduzir riscos em zonas urbanas mais complexas, ao mesmo tempo que facilita o controle durante a fase inicial.
Conforme a equipe ganha confiança na tecnologia, a Tesla diminuirá progressivamente a supervisão remota. Musk ressaltou que a empresa aposta fortemente em redes neurais digitais, inteligência artificial e visão computacional por câmeras. Para ele, essas soluções garantem mais escalabilidade do que sensores como lidar ou radar, que ainda encarecem os projetos concorrentes.
Inovação, política e desafios financeiros
Além das inovações no setor automotivo, Musk comentou que continuará à frente da Tesla pelos próximos cinco anos. A declaração, feita no Fórum Econômico do Catar da Bloomberg, reforça o compromisso do executivo com a empresa, mesmo diante de turbulências recentes.
Ainda que tenha apresentado avanços tecnológicos, a Tesla enfrenta desafios financeiros. A receita automotiva da empresa caiu 20% no primeiro trimestre de 2025. Segundo Musk, a queda se deve à reestruturação de fábricas, que estão sendo adaptadas para produzir uma nova versão do Modelo Y. Apesar disso, ele garantiu que a demanda já mostra sinais de recuperação.
Em meio à discussão, o empresário também abordou seu envolvimento político. Musk tornou-se um conselheiro próximo do ex-presidente Donald Trump, apoiando iniciativas como o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado para cortar agências e reduzir o número de servidores federais. Mesmo assim, ele questionou se as opiniões políticas deveriam realmente influenciar a decisão de compra dos consumidores.
Com patrimônio estimado em US$ 376 bilhões, Musk lidera a Tesla, a SpaceX e a startup de inteligência artificial xAI. Apesar da agenda lotada, ele reafirmou que seu foco permanece no sucesso da montadora.