
- Trump diz que enviará cartas a até 12 países por dia com novas tarifas que chegam a 70%
- Prazo termina em 9 de julho e tarifas entram em vigor em 1º de agosto, segundo ele
- Ações e futuros globais já reagem negativamente à nova escalada protecionista
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu a tensão no comércio global ao anunciar que começará a notificar dezenas de países com novas tarifas de importação.
Nesse sentido, as taxas podem chegar a 70% e começarão a valer a partir de 1º de agosto. Logo, segundo ele, o prazo para negociar acordos se encerra em 9 de julho — e, para quem não fechar com os EUA, a conta será entregue por carta.
Cartas com tarifas e pouco espaço para negociação
Trump afirmou nesta sexta-feira (4), na Base Conjunta Andrews, que vai enviar de 10 a 12 cartas por dia aos países que não chegaram a um acordo comercial com os EUA. Ele afirmou que começará a comunicar as novas tarifas, que variam entre 10% e 70%, neste fim de semana.
“Fizemos o modelo final. Ele explicará o que os países pagarão”, disse. Segundo Trump, os valores entrarão em vigor já no dia 1º de agosto. Ainda de acordo com ele, “o dinheiro começará a entrar nos Estados Unidos” nessa data.
Apesar de o governo ter sinalizado anteriormente alguma flexibilidade, Trump agora afirma que não vai estender o prazo. Portanto, ele negou haver margem de negociação adicional, dizendo: “Na verdade, não”.
Mercados reagem à escalada protecionista
O anúncio derrubou os mercados globais nesta sexta-feira, mesmo com o feriado de 4 de julho mantendo as Bolsas americanas fechadas. Futuros de ações, commodities e títulos recuaram diante do temor de uma nova guerra tarifária.
Além disso, as declarações de Trump somam-se a outras ameaças anteriores. Em abril, ele já havia imposto tarifas “recíprocas” de até 50%. Agora, os novos números ultrapassam esse teto, o que elevou o tom do mercado e ampliou o pessimismo.
Trump afirmou que pretende simplificar o processo: “Temos mais de 170 países. Quantos acordos você pode fazer?”, disse, sugerindo que, em vez de negociar um a um, os EUA vão simplesmente comunicar os termos.
Alvos ainda indefinidos, mas Japão e UE na mira
O presidente não revelou quais países receberão as cartas, mas mencionou a União Europeia, o Japão e a Índia como exemplos de parceiros difíceis. Ele chegou a chamar o Japão de “mimado” e cogitou uma tarifa de até 35%.
Ainda assim, o governo dos EUA já firmou acordos com o Reino Unido, a China e, segundo Trump, também com o Vietnã — embora os detalhes sobre este último acordo ainda não tenham sido divulgados oficialmente.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que países que mostram boa vontade nas negociações podem continuar dialogando. Mesmo assim, a retórica de Trump nesta sexta indica pressa e pouco espaço para prolongar conversas.