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Vibra Energia (VBBR3) se protege contra reestatização

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Foto/Reprodução GDI
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A Vibra Energia (VBBR3) está propondo alterações significativas em seu estatuto, com destaque para mudanças em sua cláusula de poison pill, visando maximizar o valor estratégico da empresa para todos os acionistas em caso de oferta hostil, especialmente por parte da Petrobras ou outro investidor.

A mudança proposta para o poison pill obriga o investidor que adquirir mais de 25% do capital a fazer uma oferta por toda a companhia sob determinadas condições. Atualmente, o preço máximo dessa oferta é baseado nos valores de fechamento das ações nos últimos 18 meses, com um prêmio de 15%. A proposta da Vibra é que o “preço máximo” inclua também os preços intraday e que seja corrigido pelo CDI até o dia do lançamento da oferta.

Além das alterações no poison pill, a Vibra propôs mudanças importantes em sua governança. Uma delas é a redução do conselho de nove para sete membros e a atribuição ao conselho da prerrogativa de eleger o chairman, cargo atualmente eleito pela assembleia. Outra mudança proposta é que a eleição do board seja feita apenas por chapa única ou por voto múltiplo, excluindo a possibilidade de eleição por voto em separado (ou lista).

A companhia também pretende aumentar o limite de capital em R$ 10 bilhões, passando de R$ 7 bilhões para R$ 17 bilhões, o que proporcionaria mais flexibilidade para emitir novas ações. Atualmente, o capital da empresa está no limite do capital autorizado, exigindo aprovação da assembleia, até mesmo para atos simples, como a concessão de novos stock options.

Todas as mudanças propostas ainda precisam ser aprovadas em assembleia de acionistas. Segundo o Credit Suisse, caso as alterações no poison pill sejam aprovadas, isso poderia adicionar R$ 4,68 por ação ao preço de uma eventual oferta pela empresa, resultando em um aumento de 17%. Vale ressaltar que o preço atual da ação gira em torno de R$ 18. O Credit Suisse também projetou a evolução do poison pill com as novas regras ao longo dos próximos meses, indicando que, em setembro, o preço poderia chegar a R$ 34,11, mas cairia para R$ 25,73 em dezembro e para R$ 22,96 em maio do próximo ano.

Essa mudança na cláusula de poison pill ocorre em um momento em que há especulações sobre as intenções do governo em utilizar a Petrobras e a Previ para retomar o controle da Vibra Energia, que foi privatizada em 2019. Embora o aumento no poison pill possa oferecer um nível adicional de proteção, o Bradesco avalia que isso não é um impedimento para uma possível investida da Petrobras sobre a empresa. Caso a oferta seja concretizada, a Petrobras desembolsaria quase R$ 37 bilhões pela companhia, um valor considerável, mas ainda acessível para a estatal. Atualmente, a Vibra Energia tem valor de mercado de R$ 20 bilhões na B3. Os principais acionistas da empresa são a Dynamo, detentora de aproximadamente 9% da companhia, e Ronaldo Cézar Coelho, com 8,7%, sendo ambos vistos como um bloco de investidores.