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Para aprovar reformas e projetos, governo Lula libera R$ 30 bilhões em emendas parlamentares, superando gestão anterior.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma estratégia de liberação de R$ 30 bilhões em emendas parlamentares para fortalecer suas relações com o Congresso Nacional. Este valor representa um aumento de 79% em comparação com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O objetivo é assegurar apoio para aprovação de pautas importantes, como a reforma tributária.
Liberação de Emendas Parlamentares: Tática do Governo Lula para Assegurar Apoio no Congresso
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva liberou R$ 30 bilhões em emendas parlamentares neste ano, um aumento significativo em comparação com a gestão anterior. Essa estratégia tem como objetivo fortalecer as relações do governo com o Congresso Nacional, especialmente para a aprovação de pautas importantes como a reforma tributária. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou essa liberação como uma forma de melhorar a relação com o Parlamento.
Além das emendas impositivas, o governo está negociando a liberação de mais R$ 6 bilhões, considerados um “presente de Natal” para o Congresso. Esses recursos adicionais seriam divididos entre o Senado e a Câmara e poderiam ser usados principalmente como “emendas pix”, permitindo aos parlamentares maior flexibilidade no direcionamento dos recursos para seus municípios.
A liberação das emendas tem sido uma ferramenta crucial para o governo Lula obter apoio em votações importantes na Câmara e no Senado. A indecisão do Planalto em liberar essas emendas já causou paralisação em votações chave, demonstrando a influência desses recursos nas decisões parlamentares.
Analistas políticos apontam que as emendas parlamentares são uma maneira dos congressistas participarem do orçamento da União. Desde 2015, o Parlamento tem tido uma forte presença no orçamento, refletindo a necessidade do governo de comunicar ao Parlamento que está atendendo seus pedidos para manter a base fiel em votações importantes.
Até o momento, 96% do total empenhado já foi pago, com a saúde sendo a área que mais recebe recursos. A liberação dessas emendas é vista como fundamental para a aprovação de medidas importantes para o governo Lula, que utiliza essa estratégia para negociar apoio político no Congresso.
Economistas temem aumento de gastos e carga tributária em 2024
Especialistas da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontam que o governo federal pode buscar aumentar gastos e a carga tributária para equilibrar as contas, especialmente em um contexto de eleições municipais. Essa tendência pode diminuir a tolerância para o aumento de impostos, gerando incertezas para investidores. Além disso, a transição na presidência do Banco Central é vista como outra fonte de volatilidade.
O desafio fiscal é considerado o principal para a economia brasileira, com expectativas de que o governo não cumpra a meta de déficit fiscal primário zero em 2024. Apesar dessas preocupações, o cenário externo favorável e a posição do Brasil em comparação com outros emergentes têm mitigado impactos negativos no câmbio e na precificação de ativos.
Visões Divergentes no PT: Gleisi Apoia Déficit Fiscal, Haddad Prioriza Controle
Em um recente evento do Partido dos Trabalhadores (PT), a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentaram visões divergentes sobre a política fiscal do Brasil. Gleisi defendeu a ideia de permitir um déficit fiscal de até 2% do PIB em 2024, uma posição que reflete uma abordagem mais flexível em relação às finanças públicas. Ela argumentou que não se deveria focar no resultado fiscal no próximo ano, sugerindo que um déficit moderado não afetaria significativamente a economia.
Por outro lado, Haddad, ao rebater a premissa de que o aumento do gasto público é essencial para assegurar o crescimento econômico, enfatizou a necessidade de um controle fiscal equilibrado. Ele destacou a importância de reformas tributárias e de ajustar os gastos de maneira que não prejudique os mais pobres. Haddad também reconheceu a existência de resistência no Congresso para a aprovação de medidas de ajuste fiscal e aumento da arrecadação.
Essa divergência de opiniões dentro do PT reflete a complexidade e os desafios enfrentados pelo partido em formular uma política econômica coesa. Enquanto Gleisi propõe uma abordagem mais relaxada em relação ao déficit fiscal, Haddad se mantém firme na necessidade de equilibrar as contas públicas. Essas visões contrastantes podem influenciar as decisões políticas e econômicas do partido no futuro próximo, especialmente em um contexto de incertezas econômicas e desafios fiscais.
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