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Economista-chefe da TM3 Capital, Lucas Dezordi, analisa desafios e expectativas para o próximo ano
Antecipar e compreender as projeções econômicas é essencial para um planejamento estratégico e eficaz diante dos desafios inerentes do mercado. À medida que o final de 2023 se aproxima, olhar para o cenário macroeconômico brasileiro é fundamental. Segundo o economista-chefe da TM3 Capital, Lucas Dezordi, o País deve se preparar para enfrentar uma redução no crescimento econômico em 2024. As projeções indicam uma desaceleração significativa, com uma expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 1,5%, em comparação com os 2,9% estimados para 2023.
A redução do crescimento do PIB tem influência da elevada taxa de juros reais, que, atualmente, está acima de 7%, ou seja, muito expressiva para que as atividades econômicas possam expandir o seu nível de atividade.
Em relação à inflação esperada para 2023, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 4,75%. Para 2024, a expectativa é de 3,9%.
“Visto que a projeção é de uma inflação um pouco menor no próximo ano, é importante destacar um equilíbrio macroeconômico e uma perspectiva de queda da taxa de juros”, afirma Dezordi.
Para dezembro de 2023, a previsão da taxa SELIC fica em torno de 11,75% e, para o próximo ano, a expectativa é uma SELIC menor, mais próxima de 9% ou 9,25%.
“Espera-se uma queda na taxa de juros e estabilidade na taxa de câmbio, que hoje está próximo de R$5. Não há muito espaço para cair, mas também não há perspectiva de alta, acima de R$5,20, por exemplo”, diz o especialista.
Setores impactados
De acordo com o economista-chefe da TM3, os setores que serão mais impactados pela política de taxa de juros são o de varejo, de diferentes segmentos, e a construção civil, principalmente pela dificuldade de crédito e financiamento bancário. Em contrapartida, uma das áreas que mais se destaca é o agronegócio, que segue uma forte expansão, inclusive, impulsionando a economia brasileira como um todo.
“O desafio é criar uma condição macroeconômica mais estável para o Brasil e reduzir ainda mais a taxa de juros em 2024, mais próximo a 8,5%. Isso pode ser possível se a atividade econômica se mostrar mais fraca e a inflação cair. Essa é a grande dificuldade da economia brasileira, voltar a crescer com juros baixos”, pontua Dezordi.
Cenário internacional
Num cenário global, a perspectiva é que o ano de 2024 tenha um menor ritmo de crescimento. Em relação aos Estados Unidos, as projeções apontam para uma desaceleração econômica, com a manutenção dos juros no início do ano em torno de 5,3%. “Se o processo inflacionário começar a diminuir, há expectativa de uma redução marginal na taxa de juros no final do primeiro semestre, possivelmente em 0,25%”, conforme explica Dezordi. Prevê-se que o crescimento econômico dos Estados Unidos seja mais contido no próximo ano.
Dezordi ainda comenta uma certa preocupação sobre a China, destacando que a crise no setor imobiliário pode piorar em 2024. Como a economia chinesa depende muito de investimentos na área da construção civil, o ritmo de crescimento tende a cair e provavelmente a economia asiática não vai conseguir gerar uma expansão do PIB acima de 5%. O ambiente econômico na região pode apresentar uma desaceleração significativa, influenciando as decisões e estratégias econômicas globais.
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