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Porque as ações de varejo despencaram?

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Você realmente entende o motivo por trás das quedas das ações de varejo? Os investidores estão sempre em busca das melhores ações do mercado, mas nem sempre realmente entendem os movimentos da economia que fazem a Bolsa de Valores girar! Pensando nisso, vamos conversar um pouco sobre as relações de mercado, que afetam diretamente um dos mais importantes setores da economia brasileira: o varejo!

Primeiramente, precisamos entender a posição do varejo na economia para entender o que realmente afeta as empresas e, por consequência, as suas ações.

O varejo, como seu próprio nome já diz, representa uma categoria de empresa que atua diretamente nas vendas diretas ao consumidor. Seja o varejo de alimentos, bens de consumo, bens primários… o varejo representa vendas.

Entender isso é muito importante. Afinal, podemos entender as vendas como o consumo da sociedade. Ou seja, o que a sociedade está comprando, e o nível de consumo desta sociedade em si.

Então, você já percebeu onde mora o “pulo do gato” para entender o comportamento do varejo? Se ainda não percebeu, pode ficar sossegado que te dou uma “colinha”: mora no consumo.

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O consumo x indicadores econômicos

Quando estamos falando de uma economia estruturada, o nível de consumo sofre o efeito e variações em resposta a alguns indicadores essenciais da economia. Afinal, o conforme já citado, o consumo é o indicador do que “as famílias” estão comprando. Neste sentido, um bom truque para entender o comportamento do consumidor é se colocar no lugar do mesmo.

Para melhor entendimento, vamos para alguns casos. Por exemplo, você vai ao mercado para comprar um quilo de carne. Se você percebe que o preço está o dobro do que você pagou a uma semana, você vai pensar duas vezes antes de comprar, não é mesmo?

Quando falamos de consumo ou como citamos na economia, a “propensão a consumir”, estamos falando do quanto uma pessoa está disposta a gastar para adquirir alguma coisa.

Neste sentido, o “escorpião no bolso” fala mais alto na maioria das pessoas. Afinal, a propensão a consumir cai, de acordo com a renda disponível e o valor do produto. Este entendimento é uma das bases que você precisa ter para compreender a relação da economia com as ações de varejo.

No exemplo citado, este aumento repentino de preços tem um nome bem conhecido (e temido): a inflação. A inflação de forma bem resumida, é a perda do poder de compra da população. Ou seja, quando os produtos sobem de preço e “ficam mais caros”.

Então, a conta é bem simples: em um cenário de inflação alta, o consumo irá cair. O Brasil atualmente vive em um cenário inflacionário, uma resposta da economia aos processos da pandemia. Por outro lado, quanto mais consumo, melhor irão se sair as ações de varejo.

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Explicar o que realmente está acontecendo na economia atual brasileira daria um livro, por isso vamos nos atentar ao que diz respeito ao varejo.

Consumo x Juros x Inflação

O grande “macete” para decifrar o varejo brasileiro é entender a relação existente entre o consumo, os indicadores de juros, inflação, e as políticas monetárias. Parece complicado e muita informação, mas não é este monstro de sete cabeças.

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É bem simples: o consumo das famílias será menor quando a inflação for alta, pois as famílias compram menos. Por outro lado, uma inflação alta tende a traçar uma curva de alta na taxa de juros, uma medida básica para controle de inflação.

Uma taxa de juros alta, reduz os investimentos, que reduz a inflação. Com a inflação baixa, os produtos ficam baratos e o consumo volta a crescer. Sim, é praticamente um loop infinito (ninguém disse que economia não era complicado).

Se você entendeu esta relação, já é quase um “especialista em varejo”. No entanto, estas relações trabalham em conjunto com a Bolsa de Valores.

O varejo na Bolsa

Agora estamos entrando nos finalmentes (ufa) deste artigo. O varejo brasileiro, segundo analistas sofrem com dois pontos: a antecipação da demanda e a apreensão do mercado.

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A pandemia é um evento completamente fora da curva da economia mundial. Alguns analistas, estimam que o movimento de e-commerce, aliado com as medidas de distribuição de renda, anteciparam a demanda do mercado para ciclos de consumo.

Um bom exemplo disso, são os produtos de linha branca, como geladeiras e fornos. A alta da demanda por estes produtos fora do ciclo, causou uma “depressão” nas vendas das empresas de varejo, como Magazine Luiza e Via.

Soma-se ainda o cenário macroeconômico, com taxa básica de juros crescente, inflação elevada e crescimento do PIB quase zero, conforme projeções do mercado para 2022 — são fatores que os investidores têm tentando precificar; daí a queda expressiva dos papéis.


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