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Após pedido de impeachment contra Lula, governo ameaça com retaliações a parlamentares envolvidos, incluindo perda de cargos e redução de emendas.
O governo federal, através do líder na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), sinalizou consequências severas para parlamentares que apoiaram o pedido de impeachment contra o presidente Lula. A medida vem após Lula comparar as ações em Gaza ao Holocausto, provocando um pedido formal de impeachment liderado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) e apoiado por 139 assinaturas.
O governo advertiu que os parlamentares envolvidos perderão indicações de cargos regionais e terão acesso reduzido a emendas parlamentares, configurando uma estratégia de isolamento dos considerados radicais e reforçando a coesão da base aliada.
Estratégia de Isolamento para Parlamentares que Apoiaram Impeachment
Em resposta ao recente pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, membros do governo federal articulam retaliações contra os parlamentares que manifestaram apoio à medida.
Durante uma reunião liderada pelo deputado José Guimarães (PT-CE), foi comunicado que deputados que assinaram o pedido e detêm cargos regionais indicados pelo governo sofrerão perdas significativas, incluindo a destituição de tais cargos e um acesso diminuído a recursos de emendas parlamentares.
A controvérsia começou após declarações de Lula comparando as ações militares em Gaza ao Holocausto, desencadeando um movimento liderado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) que culminou no pedido de impeachment com 139 assinaturas.
Essa atitude, segundo o governo, marca uma clara separação entre os aliados e os adversários dentro do espectro político, com o Executivo enfatizando a incompatibilidade de permanecer na base aliada e, simultaneamente, apoiar ações contrárias aos interesses do governo.
A estratégia adotada visa não apenas punir os parlamentares considerados “radicais” mas também fortalecer a base aliada, minimizando as tensões e assegurando um ambiente legislativo mais estável. A iniciativa reflete o desafio constante de manter uma coalizão unida frente a divergências ideológicas e políticas, especialmente em um cenário onde a governabilidade depende significativamente do apoio congressista.
Impeachment de Lula é protocolado com record de assinaturas
Na noite de quinta-feira, 22, deputados protocolaram o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O próximo passo é o possível acolhimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que votará para determinar se há indícios suficientes de crime de responsabilidade pelo presidente.
Se o pedido for aceito, será constituída uma Comissão Especial para avaliar o mérito da acusação. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou a notícia em seu perfil no Twitter.
Até o momento desta reportagem, o número de signatários do pedido de impeachment chegou a 139, superando as assinaturas do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, que totalizou 124. Ao final do processo, Rousseff teve seu mandato cassado.
O pedido veio após Lula comparar a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, declaração feita durante uma entrevista coletiva na Etiópia no domingo, dia 18.
A fala do presidente Lula comparando as ações militares de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto contra judeus da 2ª Guerra Mundial teve amplas críticas no Brasil e no exterior. O comentário fez o governo de Israel declarar Lula persona non grata no país. Em resposta, o governo brasileiro convocou de volta ao país o embaixador de Tel Aviv “para consultas”.
No Brasil, movimentos sociais, sindicatos, lideranças políticas e entidades que representam israelenses, judeus e palestinos se manifestaram sobre o tema, criticando ou defendendo o teor do comentário. Veículos de imprensa nacionais também dedicaram ampla cobertura sobre a declaração do presidente.
A Confederação Israelita no Brasil (Conib), por exemplo, condenou a fala de Lula e chamou a comparação de “distorção perversa da realidade” que ofenderia a memória das vítimas do Holocausto.
“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país”, afirmou.
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