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Oportunidades são vistas em todos os setores e deve ter participação mais ativa de players internacionais
Ao longo do último ano, especialmente do último semestre, uma rápida busca no Google traz exemplos de fusões e aquisições realizadas no país. E essas não devem ser as únicas. Há um clima positivo em torno de M&As em 2024.
De acordo com Jairo Loureiro, Co-founder, Managing Director e Co-head de Investment Banking do banco de investimentos BR Partners, esse caminho começou a ser pavimentado em agosto, com o início da queda da Selic, quando a estrutura começou a ficar mais palatável para o empresário e para o desenvolvimento de novos negócios. Para ele, esse apetite seguirá crescendo durante o ano de 2024.
“O cenário de M&A, de movimentações entre empresas de setores distintos, está se reaquecendo. Estamos vendo isso desde agosto. Acredito que isso terá um vetor de aceleração maior em 2024, com a queda de juros, e que trará uma participação mais ativa de players internacionais, no mercado cross border, com um número de transações e de atividades mais significativas do que foi esse ano. Estamos em uma ascendente positiva para essas transações”, afirma.
O executivo lembra que no mercado de M&As a maioria dos deals acontece dentro das próprias verticais de negócios, mas há crescimento de transações entre setores distintos. Nesse sentido, ele reforça o racional que baseia tudo e que, via de regra, busca empresas com características como bom posicionamento ou liderança de mercado, fortaleza financeira, presença em mercados com horizonte de desenvolvimento e boa previsibilidade.
O banco, que tem no histórico deals icônicos como a assessoria da Vivo na compra da Oi Móvel, e da Hering no contexto da associação com o Grupo Soma, recentemente assessorou o vencedor na compra da Amil em um deal de R$ 11 bilhões, e está envolvido em várias transações em diferentes setores. Loureiro avalia que há um mar de oportunidades diversificadas e investidores olhando elementos satélites em vários segmentos, como agrobusiness, tecnologia e indústria.
“O racional é o coração de tudo. E tem muita coisa acontecendo, até como um pouco também efeito da nova geografia política do mundo. Há oportunidade para consolidação de novos contratos para exportação, expansão e fortalecimento de empresas locais”, comenta.
Apesar do reaquecimento e de muitas movimentações em curso, ele lembra que a concretização de negócios pode nem acontecer em 2024, uma vez que os processos são longos e envolvem muito conhecimento, desenvolvimento e negociações. “Um M&A é uma conversa muito bem trabalhada e estruturada com a empresa. Tem muita análise, reflexão e negociação. É uma construção diária para encontrar soluções, pode levar meses e até alguns anos. O relacionamento é consequência de tudo isso”, diz.
Além da esteira positiva de queda de juros, outro contexto destacado é o do avanço constante e veloz da tecnologia, que derrubou muitas barreiras de competitividade e ampliou sem medida as consequências para os negócios.
Esse cenário mais complexo exige fazer negócios cada vez mais fortes e completos, e isso é uma corrida que não acaba nunca. “Tem empresas que entendem que, para se manterem vivas e competitivas no nível que precisam, não conseguem do zero em tempo hábil, então optam por essas movimentações. Mas isso não significa que todas precisam de M&A. É uma ferramenta estratégica, precisa fazer sentido”, observa.
Ademais, ele lembra que a área de M&A é promotora de crescimento, pois grande parte das transações é feita com cash e isso leva à necessidade de financiar as transações, girando a atividade econômica com crédito, expansão e investimento. No entanto, ele pondera que o M&A é consequência de uma economia estável e sem tanto risco. “No mercado normalizado, ele pode ser um forte acelerador, especialmente se o capital externo quer investir no Brasil”, finaliza.
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