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Rombo bilionário nas Americanas traz lições para empresas de todos os portes

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Neste mês, uma das maiores redes varejistas do Brasil anunciou um prejuízo nas próprias contas: 20 bilhões de reais em dívidas não estariam aparecendo no balanço da empresa. Isso trouxe reflexos para o mercado financeiro e fez com que as ações das Americanas despencassem quase 80% na bolsa de valores. Um levantamento mais recente, no entanto, aponta que as chamadas “inconsistências contábeis” passam dos 40 bilhões de reais, mais que o dobro do inicialmente apresentado.

Mas, o que muitos empresários, sejam eles de pequeno, médio ou grande porte, podem estar se perguntando é o que levou essa gigante do varejo nacional a chegar nesse ponto? Para Leonardo Roesler, sócio-fundador da RMS Advocacia e Consultoria, a falta de planejamento e uma possível maquiagem contábil resultaram em uma dívida muito maior que a capacidade de pagamento da empresa.

“Esse efeito devastador aconteceu devido a uma prática comum entre varejistas, que é fazer uma espécie de empréstimo usando como garantia os valores que têm a receber. A partir de então, o banco e não mais a companhia é quem fica com esses pagamentos. E era isso que não aparecia no balanço das Americanas”, esclarece.

Já, para quem quer saber como evitar essa situação extrema, Roesler orienta algumas formas : ter uma equipe competente e motivada, buscar as tendências de mercado e se adaptar de forma a tornar os custos de operação mais enxutos, além de, claro, renegociar as dívidas. “A renegociação com os credores pode ajudar a obter condições favoráveis. Essa atitude mostra uma boa intenção na resolução do problema e interesse em honrar os compromissos”, aponta o especialista em direito tributário e societário.

“Outra estratégia que indicamos é que as empresas constituam um fundo emergencial. Essa é uma forma eficiente de sanar futuros problemas que possam atrapalhar as finanças. Manter essa reserva organizada e ativa pode ser a salvação em momentos adversos”, ensina o advogado.

Sem fórmula mágica

No caso da varejista, a saída foi o pedido de recuperação judicial, feito no último dia 19 de janeiro. Nessa etapa, a Americanas deve apresentar vários documentos que apontam o valor total das dívidas, quem são os credores e, posteriormente, um planejamento de como pretende pagar. Do outro lado, as instituições ou organizações para quem a empresa deve vão dizer se aceitam ou não as condições. “Além disso, podem existir várias consequências para a devedora, como a possibilidade da perda de patrimônio, impacto na imagem e mudanças administrativas. As cobranças são suspensas por um período, o que pode servir para uma reorganização, além de auxiliar para que a empresa se recupere e siga em operação. É uma decisão difícil e o recomendado é que se busque orientação de um especialista, antes de fazer esse pedido”, aconselha o advogado.

“A recuperação judicial não é uma saída mágica; o processo é complexo, pode ser longo e, caso os prazos de pagamento estipulados no acordo não sejam cumpridos, a Justiça pode decretar a falência”, resume Roesler.

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