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Starlink enfrenta nova concorrente no Brasil: E-Space inicia operações

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  • A E-Space começa a operar no Brasil, oferecendo uma nova competição para a Starlink, a empresa de internet via satélite de Elon Musk
  • Na quarta-feira (11), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu à E-Space a autorização para iniciar suas operações de comunicação via satélite no Brasil
  • A E-Space Brazil Holdings obteve permissão para utilizar até 8.640 satélites de baixa órbita, um projeto que pode se tornar o maior do setor de comunicação via satélite no país
  • Com a entrada da E-Space no mercado, o setor de internet via satélite no Brasil pode ver uma intensificação na concorrência e uma expansão significativa na oferta de serviços

A Starlink, a empresa de internet via satélite de Elon Musk, agora enfrentará uma nova rival no mercado brasileiro. Na última quarta-feira (11), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou a E-Space a iniciar suas operações no Brasil, marcando a entrada da empresa no setor de comunicação via satélite no país.

A E-Space Brazil Holdings, responsável pela operação no Brasil, recebeu, portanto, permissão para utilizar até 8.640 satélites de baixa órbita. Este é um projeto ambicioso que pode se tornar o maior do setor de comunicação via satélite no país. Em comparação, a Starlink, que já está operando no Brasil, tem autorização para utilizar até 4.400 satélites. Ainda, com um pedido adicional para mais 7.500 ainda pendente de autorização.

A E-Space, que apresentou seu pedido à Anatel em julho de 2023, após iniciar os pagamentos de licenciamento, planeja oferecer serviços focados em dispositivos de internet das coisas (IoT). Além de aplicações que requerem menor consumo de dados. O serviço, contudo, utilizará equipamentos do sistema Semaphore, que opera nas frequências UHF/VHF (292-312 MHz / 363,5-378,5 MHz / 386,7-391,7 MHz).

A entrada da E-Space no mercado promete intensificar a concorrência, proporcionando mais opções para os consumidores brasileiros e potencialmente elevando o padrão dos serviços de internet via satélite no país. Contudo, a E-Space tem um prazo específico para iniciar suas operações. E, caso não cumpra essa data, a empresa poderá perder a licença para atuar no Brasil.

E-Space

A E-Space, contudo, é uma empresa especializada em fornecer serviços de internet via satélite. Fundada na África Oriental, a empresa se destaca por seu foco em utilizar uma constelação de satélites de baixa órbita para oferecer conectividade de alta qualidade. A E-Space, portanto, opera com tecnologia avançada, incluindo o sistema Semaphore, que utiliza frequências UHF/VHF para atender a diversas aplicações. Como internet das coisas (IoT) e serviços que requerem baixo consumo de dados. A empresa, dessa forma, busca expandir sua presença global e entrou no mercado brasileiro com a autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para utilizar até 8.640 satélites, um projeto que pode se tornar o maior do setor no país.

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  • Elon Musk não tem grandes interesses comerciais no Brasil, afirmam especialistas consultados pela Folha
  • A Tesla, sua principal empresa, não comercializa veículos no país e obtém lítio de outros fornecedores internacionais
  • A plataforma X tem uma relevância mínima no mercado local devido aos prejuízos
  • A única exceção significativa é a Starlink, braço de satélites da SpaceX, que conta com 7,5% de seus clientes no Brasil

Elon Musk não tem grandes interesses comerciais no Brasil, afirmam especialistas consultados pela Folha.

A Tesla, sua principal empresa, não comercializa veículos no país e obtém lítio de outros fornecedores internacionais. A plataforma X (antigo Twitter) tem uma relevância mínima no mercado local devido aos prejuízos.

A única exceção significativa é a Starlink, braço de satélites da SpaceX, que conta com 7,5% de seus clientes no Brasil. Dessa forma, tornando-se a principal presença comercial de Musk no território brasileiro.

Apesar disso, o Brasil tornou-se cada vez mais dependente dos serviços de conexão via satélite da Starlink, especialmente em áreas críticas

. Postos de saúde, escolas em regiões remotas, Forças Armadas e forças policiais que atuam no controle de fronteiras e estradas têm se beneficiado da tecnologia para operar em locais de difícil acesso. Isso, onde outras opções de conectividade são inexistentes ou insuficientes.

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Parte desses contratos com órgãos públicos foi firmada sem licitação. Assim, devido ao caráter único dos serviços da empresa, conforme consta no Portal Nacional de Contratações Públicas.

Embora a Starlink seja relevante em certas áreas do Brasil, ela ainda opera com um volume limitado no país. A empresa mantém uma sede local principalmente para atender a exigências contábeis e regulatórias. Assim, sendo sua administração jurídica conduzida por um escritório localizado na rua Líbero Badaró, em São Paulo.

Negociação de serviços e licença da Anatel

Desde janeiro de 2022, a Starlink negocia seus serviços no Brasil por meio de sete representantes comerciais autorizados, após obter uma licença da Anatel por R$ 102 mil no final de 2021.

Vitor Urner, sócio-fundador da Starlink Brazil e conhecido por auxiliar empresas estrangeiras a se estabelecerem no Brasil, pediu para deixar a empresa em meio a uma disputa judicial envolvendo o X.

“Não falo mais pela empresa e não dou entrevistas”, afirmou Urner.

Informações obtidas pelo The Wall Street Journal indicam que Elon Musk teria orientado os funcionários da SpaceX que atuam no Brasil a deixarem o país. Procurada pela Folha para comentar, a SpaceX não respondeu aos pedidos de entrevista. Bem como os escritórios Demarest Advogados e Veirano Advogados, que representam a empresa em ações no Supremo Tribunal Federal (STF).

A presença da Starlink no Brasil, apesar de ter uma participação de apenas 0,5% no mercado de internet banda larga, tem um impacto desproporcional nas regiões Norte e Centro-Oeste. Na região Norte, onde há dificuldades históricas de conexão, quase um terço dos clientes da Starlink está concentrado.

No Centro-Oeste, o agronegócio impulsiona a demanda pelos serviços da companhia, consolidando, dessa forma, sua importância em áreas rurais e de baixa cobertura.

“A Starlink tem antenas instaladas em 90% dos municípios da Amazônia e esse número só tende a crescer”, diz o professor e pesquisador no Departamento de Estudos de Mídia da Universidade da Virgínia David Nemer.

Concorrência no mercado

Starlink enfrenta concorrência no mercado, mas se destaca por oferecer a conexão via satélite mais acessível e com menor latência. Isso, segundo Lucas Fonseca, fundador da empresa de negócios aeroespaciais Airvantis. No Brasil, a assinatura residencial da Starlink começa em R$ 184 por mês, além de impostos, e exige um investimento inicial na compra da antena.

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A Anatel autorizou 52 concorrentes, como HughesNet e Viasat, e o Brasil conta com o SGDC, que também fornece internet, oferecendo alternativas variadas.

“Foi lançado após a descoberta da espionagem do governo brasileiro pela NSA [Agência de Segurança Nacional dos EUA]”, recorda. Segundo ele, porém, é difícil contratar o serviço, hoje vendido pela ViaSat.

No entanto, a latência do SGDC, que orbita a quase 36 mil km da Terra, é significativamente maior em comparação à constelação de satélites da Starlink, que operam em órbitas mais baixas, entre 540 km e 1.325 km. Essa diferença de altitude permite à Starlink oferecer uma conexão mais rápida e com menor tempo de resposta.

“Mas é viável no dia a dia, e poderia ser usado desde que a pessoa compre uma antena específica”, diz.

A expansão global da Starlink confere a Elon Musk uma influência política crescente, afirma Alcides Peron, professor de relações internacionais da FECAP e especialista em políticas tecnológicas.

“Musk passa a ser quem determina quais conteúdos podem ser veiculados, uma vez que controla a circulação de dados —isso é viabilizado pelo controle da infraestrutura comunicacional”, diz.

Segundo Peron, Musk assumiu essa posição estratégica após uma mudança na política aeroespacial dos Estados Unidos, que reduziu o papel da NASA, dando prioridade a empreendedores privados dispostos a investir no setor.

Essa transição, no entanto, abriu espaço para que empresários como Musk se tornassem figuras centrais no desenvolvimento da indústria espacial. Assim, consolidando seu poder político e econômico.



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