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O mercado acordou na manhã desta segunda-feira (9) preparado para reagir as indigestas movimentações políticas durante este domingo (8), com manifestações no congresso brasileiro repercutindo por aqui e no mundo. No entanto, apesar de ser considerado um movimento “pró-pátria”, o tiro pode acabar saindo pela culatra, e na verdade, atrapalhar o progresso da economia brasileira.
Os ataques ocorridos são capa de alguns dos principais jornais do mundo, como o New York Times, Wall Street Journal, Clarin (Argentina) e muitos outros.
Entre as primeiras consequências dos atos, está a decisão de Alexandre de Moraes pelo afastamento do governador Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, por 90 dias. O ataque serviu como a gota d’agua para as movimentações, e ordens para desmonte de acampamentos em frente aos quartéis nos Estados foram dadas pelo ministro.
Os ataques antidemocráticos passam uma mensagem de violência e de risco sobre a economia brasileira para investidores internacionais, e que deve afetar a liquidez dos mercados, principalmente o fluxo de investimento estrangeiro e a cotação do dólar nesta segunda-feira.
João Rosal, do Terra Investimentos, diz que ideia do Brasil estável entre os emergentes perde força com atos em Brasília. Para Rosal, atos deixam governo em situação difícil para negociar temas econômicos “espinhosos”, como reoneração de combustíveis.
Entre as personalidades mundiais que comentaram o assunto, o Papa Francisco cita Brasil diante do corpo diplomático do Vaticano e diz que é “preocupante o enfraquecimento da democracia em várias partes do mundo”.
Rishi Sunak, premiê britânico, condena “qualquer tentativa de prejudicar a transferência pacífica de poder e a vontade do povo do Brasil”
O Premiê diz que Lula e seu governo têm “total apoio do Reino unido, e eu pretendo seguir fortalecendo os laços entre nossos países nos próximos anos”.
Para banco suíço Julius Baer, estrangeiros devem reduzir um pouco o otimismo com o Brasil após atos em Brasília.
Um tapa no mercado, uma doença para o congresso?
Nas movimentações de pré-market, em Wall Street, o MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal ETF (fundo de gestão passiva) atrelado à Bolsa brasileira caía 2,40% na NYSE, a US$ 27,62.
Os ADRs (recibo de ações, na prática, ativos negociados das empresas brasileiras na NYSE) ordinários da Petrobras (PETR3) tinham baixa de 1,07%, a US$ 10,17, enquanto os PBR-A, relativos aos preferenciais PETR4 tinham leve queda de 0,33%.
Impactos dos ataques ao congresso começam a aparecer nos indicadores: Há pouco, Dólar operava em alta de 1,01%, cotado a R$ 5,289 na compra e a R$ 5,289 na venda. Além disso, o Ibovespa futuro abre em queda de 1,41%, cotado aos 109.070 pontos.
Ademais, o banco JP Morgan diz que efeito negativo no mercado tende a durar pouco, mas impacto político pode ser mais prolongado. Eventos devem deixar o presidente Lula mais forte, diz o banco em relatório:
“Enquanto o presidente se fortalece e a oposição se enfraquece, pode haver radicalização da esquerda, talvez influenciando a agenda mais do que se imaginava”.
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