Valorização ou dividendos: o que considerar na hora de investir em ações?

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Mais de 1,3 milhão de brasileiros passaram a investir em ativos de renda variável entre o 3º trimestre de 2021 e igual período deste ano, segundo dados da B3. Incluir ativos de diferentes categorias na carteira é visto com otimismo pelos especialistas, que sempre destacam a importância da diversificação dos investimentos. O que nem todos os investidores de primeira viagem sabem, porém, é que diferentes estratégias podem ser adotadas na hora de escolher, por exemplo, qual ação comprar. 

Uma das estratégias mais comuns adotadas no mercado é a de valorização do papel comprado. Nela, os investidores olham para o preço de uma determinada ação e analisam quais as chances dela se valorizar no futuro para que possam vendê-la e embolsar a diferença, o chamado trade. O segredo do sucesso, portanto, está na capacidade de analisar com maior precisão quais são os ativos com maior potencial de valorização. 

“Essa estratégia é bastante utilizada por investidores profissionais que criaram diferentes métodos para tentar identificar quais são os papéis com maior potencial de retorno”, explica Igor Rongel, head de investimentos do C6 Bank.

“O que não quer dizer que um investidor comum não possa utilizá-la para compor sua carteira. Apenas que ele deve estar ciente do risco que está assumindo.” 

O potencial de retorno das ações escolhidas também depende do prazo que o investidor tem para recuperar o investimento. Há desde pessoas que fazem operações de compra e venda no mesmo dia, até aqueles que passam anos com as ações na carteira. Via de regra, quanto mais tempo o investidor permanecer com o ativo, maiores são as chances dele se valorizar. O investidor precisa, porém, estar preparado para aguentar as oscilações típicas da renda variável e saber o momento certo de desfazer sua posição. 

Outra forma de montar uma carteira de ações é adotar a estratégia de dividendos. Nesse caso, a escolha do investidor não passa necessariamente apenas pela análise do preço do papel, mas pela capacidade que uma determinada empresa aparenta ter de gerar lucro e distribuí-lo entre seus acionistas. Até por isso, a estratégia é mais utilizada por investidores com horizontes de retorno mais longos. 

“Além dos dividendos serem pagos de tempos em tempos, essa estratégia foca no resultado que as empresas terão ao longo do tempo. Não é viável, portanto, utilizá-la para investimentos de curto prazo. A ideia aqui é analisar se aquela companhia remunera bem seus acionistas e permanecer com ela até que algo altere esse cenário, o que não acontece toda hora”, diz o especialista do C6 Bank. 

Para quem pretende montar uma carteira de ações para o longo prazo, portanto, as duas estratégias não são necessariamente excludentes. O investidor pode comprar alguns ativos pensando na sua valorização e outros pensando nos dividendos que serão pagos. Além disso, é possível procurar empresas que preencham os dois requisitos ao mesmo tempo. O que pode não ser uma tarefa fácil de cumprir sozinho. 

“Todos os dias, milhões de pessoas no mundo todo estão buscando essas ‘oportunidades de mercado’. Contar com a ajuda de um profissional, portanto, pode ser um atalho para montar uma boa carteira de ações que, além do potencial de valorização e de pagamento de dividendos das empresas, levará em consideração o seu perfil de risco e os demais ativos que já compõem a sua carteira”, afirma Rongel.

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