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6 de 10 brasileiros tiveram alteração no sono por conta de dívidas

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O estudo aponta ainda que 60% perderam a vontade de sair e socializar com outras pessoas, enquanto 51% tiveram alteração no apetite.

Em um país no qual muitas famílias buscam acesso ao crédito para adquirir bens duráveis e suprir necessidades básicas, o endividamento acaba exercendo um impacto gigantesco na vida do consumidor.  Um estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, mostra isso. Revelou-se  que 82% dos entrevistados, com dívidas em atraso, há pelo menos três meses, sofreram algum tipo de sintoma que veio a prejudicar a sua saúde física e mental. 

O peso do endividamento é perceptível  O transtorno se reflete em preocupações que podem estar relacionadas ao pagamento de diversas contas. Em maio deste ano, por exemplo, 84,82% das negativações realizadas foram de consumidores que já haviam aparecido no cadastro de inadimplência nos últimos 12 meses, conforme dado divulgado pela  Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Piora na qualidade de vida

O mesmo levantamento  apurou que  66% relataram alterações no sono; 60%, perda da vontade de sair e socializar com outras pessoas e 51%, alteração no apetite. 

Além disso, outros sentimentos como preocupação (84%), ansiedade (74%), estresse/irritação (65%), angústia (64%) e, por fim, vergonha (64%) foram algumas das emoções mais comuns entre 97% dos respondentes . Essas sensações podem fazer com que o indivíduo  desconte suas preocupações em outros âmbitos  da sua vida. Por exemplo, um percentual admitiu que  a ansiedade o fez fumar, comer ou abusar de substâncias alcoólicas (37%) e de compras impulsivas (26%).

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Queda de produtividade no trabalho

Pensamentos negativos, irritabilidade e alterações de humor podem afetar o indivíduo principalmente na profissão.  Cerca de 57% dos endividados relataram ocorrências de estresse no ambiente laboral, após a inadimplência. 43% ficaram mais desatentos ou improdutivos; 37% têm produzido menos; e 35% perderam a paciência com os colegas.

Segundo Alex Araújo, CEO da 4Life Prime –  líder no segmento de saúde e segurança do trabalho –  explica que a mudança de comportamento e da autoestima impacta diretamente o cenário em que se apresenta e  pode contaminar toda a equipe.  

“Hoje, conseguimos ver que 60% das demissões ocorrem devido ao fraco desempenho e baixa produtividade. Quando analisamos a situação, o endividamento é um dos pontos-chave da equação. Um funcionário endividado trabalha ansioso, muito por buscar resolver suas questões pessoais no horário de trabalho. É uma situação que eleva o esgotamento e impede o seu desenvolvimento profissional em um momento  específico”, diz Araújo.

Queda do padrão de vida

Muitos desses sintomas estão atrelados a um denominador comum que é manter uma condição de vida enquanto as dívidas se acumulam. Nove em cada dez entrevistados afirmaram que seu padrão de vida sofreu impactos diante dos saldos devedores em atraso, enquanto 66% possuem um nível de preocupação alto ou muito alto frente a esses valores em aberto.

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Diante disso, grande parte das pessoas  com receio em não conseguir pagar as despesas busca algum tipo de crédito. Cerca de 70% dos endividados  tentaram acesso a algum tipo de linha de crédito. 53% tem o objetivo de pagar dívidas e 23% para comprar algo.  30% nem sequer se empenharam para isso, principalmente, as classes C/D/E.

Entre as modalidades, 75% optaram pelo empréstimo. No entanto, é preciso ter cuidado, já que muitas vezes isso pode contribuir para um superendividamento. Uma situação que já se encontra complicada diante das taxas de juros tende a piorar.

Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, acredita que nessas horas de desespero o melhor é realizar um planejamento com o fim de realizar cortes e priorizar o pagamento de contas em aberto. 

“Agir pela impulsividade não colocando a dívida em perspectiva de longo prazo é o erro do consumidor. A falta de conscientização de finanças na realidade do brasileiro abre brechas para gastos desnecessários. Anotar os gastos e destacar as prioridades auxilia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor”. 

O especialista dá dicas para sair do vermelho e começar, mesmo que de forma tímida. São estas: 

Analise suas finanças: muitos brasileiros possuem o hábito de fazer rodízio de contas, ou seja, escolher qual dívida irá pagar no mês, o que acaba comprometendo o orçamento em longo prazo. Para que isso não ocorra é necessário mapear a renda total e organizar as despesas fixas e variáveis, dívidas e pagamentos. A análise inicial faz com que o consumidor visualize o panorama da sua realidade financeira.

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Planeje suas despesas: com o orçamento mapeado, o próximo passo é inserir em seu planejamento regras que ajudem a manter a organização. Uma delas é a 50%, 30% e 20%, sendo 50% para gastos fixos, 30% para gastos variáveis e 20% para investimentos ou fundo de reserva, que visa priorizar as despesas mais importantes. 

Estabeleça metas: o estabelecimento de metas e objetivos ajudam a manter o planejamento financeiro anual ativo. Além disso, auxiliam no cotidiano e fazem com que o consumidor não realize gastos por impulsos.

“Ao capacitar o consumidor com conhecimentos e habilidades financeiras, há a formação de uma geração de poupadores conscientes, capazes de enfrentar os desafios econômicos com confiança e responsabilidade, além de contribuírem para a economia do país. Logo, não pode ser subestimada, pois cria uma base sólida para o sucesso financeiro e contribui para uma sociedade mais financeiramente saudável”, conclui.


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