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Acionistas da Cogna devem torcer para a vitória de Lula nas eleições?

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A pouco menos de 10 dias para as eleições presidenciais, o mercado já especula as movimentações do que será definido nos próximos anos da economia, a depender de quem se sagrará vencedor nas urnas no próximo dia 30.

No entanto, para os investidores da Cogna, o momento para torcer pela vitória do candidato petista Luis Inácio Lula da Silva parece ter chegado.

As ações da companhia de educação sentiram um gostinho do que esperar da vitória do candidato após promessa do ex-presidente de turbinar os programas Fies (financiamento estudantil) e Prouni. O que traria novo fôlego para as ações do setor, especialmente considerando que os papéis não se recuperaram do estrago feito pela Covid-19.

Contudo, a conta pode ser um pouco mais complicada do que aparenta.

Políticas para educação vão turbinar a Cogna?

Apesar de ter sido criado em 1999, foi nas gestões petistas que o Fies ganhou fôlego e abrangência. Em 2010, na esteira do bom momento econômico vivido pelo Brasil, as regras mudaram, tornando-se mais flexíveis, como a queda da taxa de juros de financiamento de 6,5% para 3,4%.

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Em 2015, novos critérios facilitaram ainda mais o ingresso de pessoas ao ensino superior. Porém, com a crise fiscal que atingiu o país, o programa encolheu ano após ano.

Além da falta de recursos do governo, a economia embicou, desabando 3% em 2016.

Desemprego em alta e perda de renda do brasileiro, essenciais para sustentar a entrada ao ensino superior, fizeram com que os estudantes abandonassem ou adiassem o sonho do diploma — o que colocou as empresas em uma ‘sinuca de bico’.

Para se ter uma ideia do estrago para a Cogna, uma das redes mais beneficiadas (e prejudicadas) com o programa do governo, em 2014 eram 258 mil alunos matriculados. Em 2020, o total passou para 20 mil e, no primeiro semestre deste ano, a companhia encerrou o período com 6,6 mil, queda de 97%.

E mais do que o número de alunos, a analista Paola Mello, da gestora GTI Administração de Recursos, lembra que o ticket (valor pago por aluno) do Fies era alto.

“Muitas pessoas, além de estudar, foram estudar cursos de valores agregados muito superiores ao que elas poderiam bancar. Ela faria um curso de Administração, mas foi fazer uma Engenharia, ou Medicina ao invés de Enfermagem”, coloca.

Tudo isso se refletiu no preço da ação. O papel saiu de R$ 18 em 2017 para os atuais R$ 2,90, atingindo a mínima histórica em julho, quando chegou a R$ 2.

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Operacional não favorece

O problema da Cogna é seu alto endividamento — a companhia fechou o segundo trimestre de 2022 com uma dívida bruta de R$ 6,9 bilhões.

“O caminho ideal para a Cogna é desalavancar e resolver o problema de dívidas. É isso que afeta bastante a empresa. E com o recente programa de dívida ela se capitalizou e ganhou fôlego”, afirma Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos.

Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, recorda que a Cogna passou cinco anos enxugando sua estrutura para se readaptar a uma realidade “sem” Fies e Prouni, não só estruturalmente, mas financeiramente, acumulando vários trimestres de prejuízo.

Já para o Citi, o cenário parece promissor. Afinal, o banco elevou recomendação de venda para neutro para Cogna (COGN3); preço-alvo foi de R$ 1,80 para R$ 3

Processo de reestruturação da empresa começa a dar resultados, ainda que tímidos, reduzindo sua alavancagem, diz banco.

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