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Alfabetização financeira das micro e pequenas empresas brasileiras supera média de integrantes do G20

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Pesquisa da OCDE, com apoio da CVM e da ANBIMA, mostra bom conhecimento de conceitos como risco e inflação

Os micro e pequenos empreendedores brasileiros não fazem feio frente aos pares das maiores economias mundiais quando o assunto é a alfabetização financeira. Em uma escala de 0 a 100, que avalia o conhecimento de conceitos que podem impactar os negócios, como risco e inflação, o segmento MPE nacional conquistou 72 pontos, ficando acima da média dos empreendedores de países que integram o G20.

Os resultados fazem parte de um estudo global conduzido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que mediu o letramento financeiro dos empreendedores à frente de micro e pequenos negócios. A pesquisa contou com a participação de 14 países, sendo nove integrantes do G20 (Brasil, China, França, Alemanha, Itália, México, Rússia, Arábia Saudita e Turquia) e cinco países não-membros desse grupo (Geórgia, Holanda, Peru, Portugal e Espanha).

No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é a parceira local da entidade. Para levar o estudo adiante, convidou a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais),com a qual mantém um acordo de cooperação para projetos e estudos de educação financeira.

“Os micro e pequenos empreendedores contribuem de forma fundamental para o desenvolvimento do país e cada vez mais se aproximam do mercado de valores mobiliários, não apenas como investidores, mas também para captarem recursos para seus empreendimentos, como no caso do crowdfunding, e devem ter acesso a oportunidades de educação financeira e de investidores. A pesquisa realizada em parceria com a ANBIMA, no bojo de uma iniciativa do G20 e da OCDE, permite-nos melhor conhecer o seu perfil, inclusive em comparação internacional, e apontar caminhos para desenvolvimento de novos projetos e ações”

afirma Jose Alexandre Vasco, Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM.

Os resultados dos países, calculados a partir da média aritmética das estimativas disponibilizadas por cada um, ajudaram na criação de um score de letramento financeiro. Os 72 pontos colocam o Brasil na sexta posição entre os países com empreendedores que apresentam o maior grau de conhecimento básico de finanças. A lista é liderada por Portugal (81), Espanha (80), Alemanha/França (74) e Itália (73).O Brasil ficou à frente da média geral dos países da pesquisa e também da média dos países do G20, ambas atingindo 71 pontos.

“Apesar de a inflação ter voltado com força no mundo todo durante a pandemia, no Brasil esse é um tema presente e de certa forma enraizado. Muitos empreendedores conviveram com o período de hiperinflação na década de 80 e é natural que tenham um bom entendimento sobre o conceito”

diz Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Educação e Certificação da ANBIMA.

BANCARIZAÇÃO

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O nível de bancarização desses empreendedores é alto: 93% têm conta corrente ou poupança em alguma instituição financeira. A preferência é por instituições que possuem unidades físicas de atendimento: 90% têm conta corrente ou poupança em bancos, correspondentes bancários, cooperativas de crédito ou outra instituição tradicional; 21% possuem conta corrente ou poupança em bancos e instituições financeiras digitais e, portanto, sem agências físicas. A soma ultrapassa 100% porque algumas pessoas têm os dois tipos de conta.

O levantamento mostra ainda que 69% dos empreendedores dizem administrar as contas pessoais e da empresa separadamente, o que é considerada uma boa prática pelos especialistas em gestão financeira. Outros 15% dizem separar as contas pessoais e corporativa, mas relatam dificuldades em administrar as finanças pessoais. Já 16% dizem que não há essa separação, um fenômeno mais acentuado entre os homens (18%) e entre empreendedores com ensino fundamental (36%).

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

As medidas de distanciamento social adotadas durante a pandemia do novo coronavírus levaram as micro e pequenas empresas brasileiras a um processo de acelerada transformação digital para garantir o fluxo de venda de bens e serviços e o atendimento a distância para a clientela.Se, antes da chegada da Covid-19, o Brasil somava 27,7 pontos em uma escala de digitalização que varia de 0 a 100, atualmente acumula 70,9 pontos, saltando do oitavo para o segundo lugar em um ranking com 14 países.

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Os resultados globais mostram uma ampliação do nível de digitalização das micro e pequenas empresas em todos os países participantes da pesquisa, com exceção de Alemanha e Itália. O Brasil teve o segundo maior crescimento relativo na escala de pontos da OCDE: 43,2 pontos, levando o país da oitava colocação no ranking de digitalização antes da pandemia para o segundo lugar atualmente. A maior alta no período ficou com a líder Arábia Saudita: 45,5 pontos de crescimento, para um score de 83,8 pontos.

Para identificar o nível de digitalização entre os países, o levantamento levou em consideração a criação de sites ou páginas em redes sociais, a divulgação e comercialização de produtos e serviços online, além de operações financeiras feitas na internet durante a pandemia.

“Muitas empresas se adaptaram rapidamente às novas circunstâncias promovendo diversas mudanças de gestão do negócio. A busca por soluções digitais foi o caminho percorrido pela maioria das micro e pequenas empresas durante a pandemia”

comenta Billi.

METODOLOGIA

Na etapa brasileira da pesquisa Educação Financeira nas Micro e Pequenas Empresas, 1.011 proprietários e sócios de micro e pequenas empresas com até 49 funcionários foram entrevistados entre os dias 26 de maio e 21 de junho de 2021.

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Da amostra, 56,5% são microempreendedores individuais, 39% estão à frente de microempresas e 4,5% comandam empresas de pequeno porte. A margem de erro total é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

O relatório completo, com esses e outros dados da pesquisa, está disponível aqui.


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