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Adriana Dupita, economista sênior na Bloomberg Economics para Brasil e Argentina: O BCB deve manter a Selic em 13,75% aa e preparar o terreno para um corte de juros — sem necessariamente se comprometer com a redução já na reunião de agosto. A desaceleração da inflação corrente, a queda dos preços de commodities em reais e a melhora nas expectativas de inflação justificam uma perspectiva mais favorável para a inflação do que a apresentada na reunião de maio.
O rally dos ativos brasileiros — em especial moeda e juros — também pode ser lido pelo BCB como um sinal de que o mercado está mais confortável com o quadro fiscal, reduzindo os riscos para a inflação. Contudo, o BCB provavelmente esperará pela aprovação final do marco fiscal e por uma maior queda nas expectativas de inflação e nas medidas de inflação subjacente antes de sinalizar explicitamente um corte. O BCB não tem incentivos para se comprometer desde já com um corte sem saber se estas condições se materializarão nas seis semanas até a reunião de agosto.
Há sinais importantes a monitorar no comunicado. Consideramos prováveis uma redução significativa nas projeções do próprio BCB para a inflação em 2024 (e possivelmente 2025) e a melhora na avaliação da autoridade monetária das condições atuais e balanço de riscos para a inflação. Também é possível, embora menos provável, alguma mudança na referência à disposição em subir juros, se necessário. Todos estes sinais sinalizariam um corte próximo. Sinais mais explícitos — como um voto dissidente por corte já em junho ou forward guidance de corte em agosto — não parecem prováveis.
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