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Casas Bahia dispara na Bolsa com acordo de renegociação de dívida

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  • Grupo Casas Bahia inicia recuperação extrajudicial: Busca renegociar uma dívida de R$ 4,1 bilhões com seus principais credores.
  • Preservação de caixa: Medida assegura R$ 4,3 bilhões no caixa da empresa até 2027, reduzindo desembolsos de R$ 4,8 bilhões para R$ 500 milhões no mesmo período.
  • Redução de custos financeiros: A renegociação permite economia significativa e extensão dos prazos de pagamento das dívidas.
  • Impacto da pandemia: Segundo Michael Klen, o investimento em comércio eletrônico durante a pandemia enfrentou desafios devido à entrada de grandes competidores como Amazon, Shein e Shopee.
  • Objetivo estratégico: A reestruturação visa fortalecer a posição financeira da empresa e melhorar sua competitividade no mercado.

O Grupo Casas Bahia anuncia seu ingresso em um processo de recuperação extrajudicial com o objetivo de renegociar uma dívida significativa de R$ 4,1 bilhões junto a seus principais credores. A medida, divulgada em comunicado ao mercado na noite de domingo, visa a preservação de R$ 4,3 bilhões em caixa da empresa até 2027, assegurando uma maior estabilidade financeira no médio prazo.

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De acordo com o novo acordo, a empresa reduzirá significativamente seus desembolsos financeiros previstos, passando de uma obrigatoriedade de pagamento de R$ 4,8 bilhões para apenas R$ 500 milhões até o ano de 2027. Essa renegociação permitirá à Casas Bahia uma economia substancial, minimizando os custos de financiamento e estendendo os prazos para cumprimento das obrigações financeiras.

Em uma entrevista recente ao jornal Estadão, Michael Klen, maior acionista da empresa Via (VIIA3) e membro da família fundadora, esclarece que a necessidade de reestruturação da dívida surgiu em resposta aos desafios enfrentados durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo Klen, o investimento intensivo em comércio eletrônico buscava alavancar o crescimento da empresa, mas foi contrariado pela entrada de concorrentes de peso como Amazon (AMZO34), Shein e Shopee no mercado brasileiro.

Análise

Para Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital, a situação das casas Bahia não é um privilégio e uma particularidade dela. O setor de varejo, de eletrodomésticos e afins, no Brasil, segundo o economista, já vem, há muitos anos, com um modelo de negócio de margens muito estreitas.

Isso significa que o limiar entre o lucro e o prejuízo é muito apertado. Corano também destaca que a oscilação de demanda e com a necessidade de financiamento e caixa, em razão dos altos estoques e de uma operação muito onerosa, as empresas contraíram dívidas. E essas dívidas se mostraram muito nocivas com o aumento dos juros recente, fazendo com que operacionalmente os resultados fossem afetados e comprometidos só pelo custo de se rolar a dívida.

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Para Corano CEO da Casas Bahia foi muito feliz, muito inteligente, muito persuasivo, em conseguir renegociar mais de 80% das dívidas financeiras com os bancos, principalmente Banco do Brasil e Bradesco, e jogar para muito lá para frente, dando um fôlego enorme para que a empresa possa se dedicar à operação e tentar encontrar as melhores soluções para os desafios próprios do negócio.

O que chama atenção: o setor, que já é muito competitivo, tem desafios como margens muito apertadas; e os juros subiram. E tem outra coisa muito interessante: historicamente as casas Bahia cresceu muito e fazia com excelência justamente o parcelamento. Ela, então, por muitos anos, teve esse destaque de ser uma loja fácil, com crediários acessíveis. A empresa, historicamente, sempre ganhou mais na operação financeira do que propriamente na venda dos produtos, o que hoje vem se mostrando um modelo cada vez mais difícil”.

Afirmou Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital.

Impactos

As ações da Casas Bahia (BHIA3) registram forte alta na bolsa de valores nesta segunda-feira (29), após a empresa anunciar um acordo extrajudicial significativo com seus principais credores, Bradesco e Banco do Brasil. Esse acordo, que renegocia uma dívida de R$ 4,1 bilhões, impulsiona os papéis da varejista que, até o momento, alcançam um aumento de 20,77%, sendo negociados a R$ 6,57.

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O mercado reage positivamente ao anúncio, refletindo a confiança dos investidores na capacidade da empresa de reestruturar suas obrigações financeiras e fortalecer sua posição no setor varejista. Nas primeiras horas do pregão, as ações chegaram a entrar em leilão devido à volatilidade, mas retomaram a negociação em alta, estabilizando-se em torno de R$ 6,42, o que representa um avanço de 18,01% em relação ao fechamento anterior.


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