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COE é roubada mesmo? Gran Tierra a 14,25% ao ano, entenda

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Pesquisadores alertam que 90% dos COEs têm retorno esperado inferior ao possível no Tesouro Direto. Evidenciando complexidade e falta de transparência nesse investimento distribuído em larga escala para pequenos investidores.

Visto isso, há corretoras, como por exemplo, a ORAMA, que envia oportunidades de investimento para clientes via WhatsApp, e-mail, entre outros canais de comunicação. Levando a seguinte fala: “Oferta exclusiva! COE Gran Tierra com taxa prefixada de 14,25% a.a. e cupom semestral. Válido até 22/04. Saiba mais em…”.

O problema, vindo disso, é que os “COEs” são investimentos arriscados e geralmente não valem a pena. Cerca de 90% dos COEs são desvantajosos. Uma taxa de “14,25%”, por exemplo, é muito alta e sugere problemas financeiros da empresa que está oferecendo o investimento.

Em 2023, a Gran Tierra Energy produziu 32.647 barris de óleo por dia. Suas reservas incluem 90 milhões de barris de óleo na reserva 1P, 147 milhões na 2P e 207 milhões na 3P, marcando o maior patamar histórico da empresa. A companhia rolou 90% dos vencimentos de 2025 e 2027 para 2029 por meio de uma emissão de bonds, alinhando o serviço da dívida com seu fluxo de caixa futuro.

Dados da empresa

De acordo com dados publicados pela Orama, em 2023, a Gran Tierra registrou um Ebitda positivo de US$ 399,3 milhões, mantendo uma alavancagem saudável de 1,3x, com uma dívida total de US$ 637 milhões. Os principais vencimentos, contudo, estão concentrados nos anos de 2026, 2028 e 2029.

Nos últimos 3 anos, no entanto, a companhia tem mantido uma rentabilidade positiva, com a margem Ebitda de 63% em 2023, em comparação com 67% em 2022.

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A Gran Tierra registrou vendas de óleo de US$ 636 milhões em 2023, destacando-se como uma empresa de grande porte no mercado. Com uma produção diária de 32,6 mil barris de óleo no final de 2023, a maior parte proveniente dos blocos Midas e Chaza, a empresa mantém índices de liquidez favoráveis, com vencimentos de curto prazo significativamente abaixo de sua posição de caixa atual. Isso sugere, portanto, que a empresa não enfrentará dificuldades para cumprir seus próximos compromissos financeiros.

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Ainda de acordo com a empresa de investimentos, os principais riscos associados à Gran Tierra e ao BTG Pactual incluem o risco de default, especialmente em condições de mercado adversas. Além do risco de liquidez em caso de liquidação da operação antes do vencimento.

Incluindo também, a volatilidade nos preços do petróleo e o risco de concentração. Dado que 55% da produção está concentrada, contudo, no bloco Midas.

COE é roubada mesmo? Explica estudo da FGV

Um estudo da FGV revelou que a “esmagadora maioria” dos COEs vendidos a investidores de varejo, oferecia retornos abaixo da taxa livre de risco. Investir em renda variável sem garantia de liquidez pode representar riscos desnecessários devido à falta de informação e ferramentas para calcular os possíveis rendimentos.

Comparado a um Cavalo de Troia financeiro, o COE, ou Certificado de Operações Estruturadas, oculta uma combinação de investimentos, como títulos públicos, ações estrangeiras e commodities, vendidos como um único produto. Ele envolve uma combinação de investimentos, como títulos públicos, ações estrangeiras e commodities, vendidos como um único produto. A corretora entrega o COE ao investidor sem revelar como os diferentes ativos foram combinados dentro dele.

“Quando se vai investir em qualquer ativo, uma coisa básica é calcular o retorno esperado”, afirma Bruno Giovannetti, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.

Essa é justamente a informação a que o investidor não tem acesso quando compra um COE. Embora as lâminas informativas forneçam cenários de ganho e perda esperados, a composição interna do COE permanece “obscura”.

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Na análise de Giovannetti, a comparação com um título prefixado foi feita porque o investidor sabe exatamente quanto ganhará ao final do período. Se o estudo fosse baseado no Tesouro Selic, o investimento estaria sujeito à flutuação da taxa básica de juros, atualmente em 2% ao ano.

COEs têm prazo definido, geralmente de um a cinco anos, e durante esse período o investidor não pode mexer no dinheiro, o que caracteriza falta de liquidez. Embora possam recomprar o COE, as corretoras cobram altas taxas, podendo o investidor perder mais de 50% do capital. Além disso, o estudo concluiu que, dos 32 COEs que oferecem uma rentabilidade razoável, o risco de perda é tão alto que seria melhor investir no Ibovespa.

“Apenas 32 de um total de 284 COEs oferecem um retorno esperado maior que o do título Tesouro Prefixado disponível no momento da emissão do COE. Além do mais, os COEs que oferecem um retorno em excesso positivo, fazem isso com bastante volatilidade”, afirmam os pesquisadores. Por “retorno em excesso positivo” eles querem dizer lucro acima do obtido com o título público. Que é o que faria você correr o risco com esse investimento.

9 em cada 10 COEs têm retorno esperado abaixo do que poderia ser o ganho no Tesouro Direto

O estudo da FGV revela que a maioria dos COEs vendidos a pequenos investidores no Brasil possui retorno esperado abaixo da taxa livre de risco. Dos 284 COEs analisados, 252 apresentaram esse cenário. O retorno esperado médio dos 50 COEs mais vendidos entre 2016 e 2019 é de 5,98% ao ano, enquanto dos 234 COEs distribuídos por uma corretora entre 2019 e 2020 é de 4,94% ao ano.

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Os COEs apresentam retornos esperados abaixo dos títulos do Tesouro Direto, como o prefixado de 2031 com 7,70% ao ano. Além disso, são considerados ilíquidos e não contam com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos. Trata-se de uma versão brasileira das notas estruturadas, que combina renda fixa e variável com prazo de vencimento de um a cinco anos.

“Apesar de informações sobre as condições e retornos dos diversos cenários serem divulgadas, as probabilidades de cada cenário não são. Isto significa que o investidor do COE precisa inferir, por conta própria, qual o retorno esperado do produto. No entanto, essa conta é muito complexa para ser feita pelo investidor de varejo típico”, afirmam os professores da FGV no estudo.


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1 comentário

João Cardoso 09/04/2024 at 17:19

Então pelo que entendi é um ótimo investimento ne? Sendo que a empresa está entregado lucros recordes e com uma taxa muito acima do mercado e ainda paga juros semestrais? Aonde consigo aplicar nisso?

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